Ícone de alerta
Alerta anterior Próximo alerta Fechar alerta

Evento raro: auroras varreram os céus do planeta

Compartilhar Compartilhe no Whatsapp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter

7 min de leitura

Oferecido por

 

Um alerta foi emitido após uma série de explosões solares surpreenderem grande parte do mundo com luzes coloridas no céu.

 

Uma intensa tempestade solar, considerada a maior dos últimos 20 anos, resultou em um espetáculo incomum e deslumbrante: a aurora polar foi avistada em vários países fora da região do Ártico e da Antártica .

 


Aurora-austral-vista-em-Punta-Arenas-no-Chile (Foto: Reproducaã de Nicolas Butorovic Alvarado/ X)

 
Relatos nas redes sociais mencionam a visualização de auroras em locais tão distintos quanto Argentina, Uruguai, Chile, Itália, Espanha, Inglaterra, França, Estônia, Hungria, Suíça, Portugual e mesmo na região marítima da África do Sul.
 
Nos Estados Unidos, registros do fenômeno foram feitos desde estados mais ao norte, como Massachussets e Michigan, até a Flórida e Califórnia. 
 

Por que tantas auroras surgiram nos céus do planeta?
A ocorrência de auroras em locais fora da sua região natural de visualização vem sido prevista por especialistas, entre eles o brasileiro Marco Brotto, que acompanha o fenômeno há mais de uma década.

Acompanhe a explicação de Marco Brotto na conversa com a meteorologista Josélia Pegorim.

 

 

 

O que são as auroras?

 

As auroras boreal e austral são resultado do comportamento do sol na atmosfera da Terra. Quando partículas emitidas pelas tempestades solares colidem com o campo magnético, são atraídas para os polos do planeta e reagem com os gases atmosféricos, colorindo o céu - geralmente na região do Círculo Polar Ártico e Antártico 
 
“Quanto mais agitado está o sol, mais tempestades solares acontecem e melhor é a visualização das auroras em mais regiões, especialmente nas áreas fora da região polar, como ocorre neste fim de semana”, explica Brotto.
 
Ele frisa que 2024 tem sido um ano de erupções solares muito potentes, que além de gerarem as luzes no céu, são capazes de interferir nas mais variadas atividades eletromagnéticas do planeta.
 
“As grandes tempestades solares são esperadas quando o ciclo solar – que se completa a cada 11 anos, mais ou menos – se aproximada do seu auge. Ainda não sabemos qual será o pico do atual ciclo, que se intensificou já no ano passado, muito antes do esperado, e continua aumentando”, detalha. 
 
De acordo com o especialista, provavelmente a atual série de eventos da região 3663 do sol será marcada como o pico do atual ciclo. "No futuro, acredito que o que estamos vivendo nesse momento será registrado como um evento importantíssimo, pois é a primeira grande atividade que o ser humano observa com equipamentos e conhecimentos modernos". 
 
Nos últimos dias, as auroras visualizadas nas mais diversas partes do planeta apresentaram cores que são raras até na região do Ártico, como o rosa intenso e o vermelho vivo. 
 
Para além da beleza das auroras, um alerta emitido este mês pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) avisa que as tempestades geomagnéticas podem impactar o funcionamento de redes de energia e sistemas de comunicação via satélite.
 
Na sexta-feira (10), um aviso sobre radiação também foi emitido a astronautas e tripulantes de aeronaves de grande porte. "Isso porque as tempestades solares são capazes de afetar a infraestrutura orbital da Terra e a superfície terrestre, interferindo nas comunicações, na rede elétrica, na navegação e nas operações de rádio e satélite”, conta Brotto.
 
Foi a primeira vez, desde janeiro de 2005, que a NOAA emite um aviso de tempestade geomagnética do tipo "severo", classificado como G4, em uma escala que vai até o G5 (“extremo”). 
 
"E a atividade registrada na sexta-feira (10) alcançou o G5. Para se ter uma ideia, a escala de luminosidade que utilizamos, que geralmente vai até 200, neste dia foi a 333. Inacreditável!", frisa Brotto. 
 
O especialista destaca, ainda, outros relatos interessantes sobre as grandes tempestades solares. "Os animais são mais sensíveis a essa atividade geomagnética. Por isso, mesmo onde a aurora não é vista, recebemos relatos de cães mais agitados, gatos mais reclusos e mesmo aves cantando em horários incomuns".
 
Apesar das preocupações com o efeito das tempestades solares no funcionamento de infraestruturas tecnológicas, o especialista acredita no impacto positivo do momento: "Seguimos monitorando, mas até agora felizmente não há registros de grandes danos. O que temos - e isso é maravilhoso - são populações inteiras tendo a oportunidade de visualizar uma aurora a olho nu, o que é uma experiência inesquecível". 

 

"Depois da aurora de ontem (10), duas novas explosões solares ocorreram. Elas não estão tão alinhadas com a Terra como as anteriores, mas as possibilidades de auroras nos próximos três dias continua enorme nas regiões que ocorreram na sexta-feira", avisa ele.
 
A última vez que o ser humano testemunhou uma tempestade solar extrema foi em 1859, quando 1 bilhão de toneladas de massa solar foi lançada ao espaço, na direção da Terra, produzindo auroras boreais até em locais próximos da Linha do Equador, como Cuba.

 

"Esse é um evento muito raro e grandioso, que nos permite testemunhar a força da natureza. É, também, uma excelente oportunidade para pensarmos na 'escuridão' que o ser humano ainda enfrenta em tantas áreas da sua existência. Convido a todos a se inspirar nas luzes da aurora para olhar dentro de si e pensar sobre seu papel neste universo tão incrível", finaliza Brotto.

 

Fonte: Agência Souk

Conteúdo em Vídeo

Notícias Recomendadas

+ mais notícias