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Após chuvas fortes no fim de outubro, a região do vale do rio Doce em Minas Gerais, todo o Espírito Santo e também a porção norte de Minas, na divisa com a Bahia, voltaram a ter sol forte, pouca nebulosidade e elevação da temperatura. Cidades mineiras próximas da Bahia já tiveram calor em torno dos 37°C nesta segunda-feira e a tendência é de que o calor aumente, pois o tempo seca novamente.
As perspectivas de chuva para região do rio Doce não são nada animadoras. A última cheia foi em dezembro de 2013, quando toda a bacia do Doce recebeu grandes volumes de chuva por vários dias. Só em Vitória, capital do Espírito Santo, choveu cerca de 730 mm de chuva, o que representa mais da metade da média anual de chuva que é da ordem de 1280 mm.
O mapa mostra anomalia (diferença em relação à média) da chuva em dezembro de 2013. Os tons em azul representam chuva acima da média. Quanto mais forte o azul, maior é a anomalia positiva.
O ano de 2013 foi considerado de neutralidade em relação a fenômenos como El Niño e La Niña. A bacia do rio Doce recebeu chuva extremamente volumosa em dezembro de 2013, mas os meses anteriores de novembro e outubro foram com chuva abaixo da média.
A sequência de imagens de satélite mostra a região do rio Doce em Colatina, no Espírito Santo. A situação da seca severa (início de outubro de 2015), no início de 2015 já sentido o reflexo da seca de 2014 vivida por quase todo o Brasil, e no fim de 2013, em período de grande cheia. As manchas em azul representam a água ( do rio, de lagoas, em áreas alagadas entre a vegetação. Na imagem recente do início de outubro de 2015 percebe-se estreitamento da largura do rio devido à estiagem severa. Toda a região de vegetação ao longo do rio também está bastante danificada pela seca.
O ano de 2015 é um ano de El Niño forte e as alterações no padrão de ventos e de pressão causadas por este fenômeno (aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico Equatorial) já estão sendo sentidas no Brasil. O El Niño vai persistir por toda a primavera e durante o verão interferindo na forma como chuva cai e na quantidade de chuva sobre todo o Brasil.
Nos dois vídeos, o meteorologista Alexandre Nascimento explica como o El Niño influencia a chuva no Brasil e analisa especificamente a região da baixa do rio Doce.