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O levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que faz o monitoramento diário das queimadas sobre o Brasil e na América do Sul revela que o centro-norte do país teve um aumento do número de focos de fogo em 2015, em relação a 2014. A metade centro-sul teve uma redução acentuada que do número de focos em relação ao ano passado.
A diferença entre o norte e o sul acompanha o comportamento da chuva que em 2015 cai não deu trégua ao Sul do país a partir de julho. A população da Região Sul conta nas mãos o número de dias com sol nos últimos três meses de tanta chuva e céu nublado.
Já no Nordeste e em parte do Norte, a falta de chuva e o calor ajudaram a aumentar os focos de fogo em 2015 e também a manter o fogo ativo por mais tempo do que o normal.
Seca aumenta os focos de fogo
Este quadro de aumento de focos no centro-norte e diminuição no centro-sul do país, em relação a 2014, revela também a influência do fenômeno El Niño que se originou em 2015 com forte intensidade.
A tabela mostra a porcentagem de aumento e de diminuição do número de focos de fogo de 2014, em relação a 2013, e em 2015, relativo a 2014.
Os números não deixam dúvidas. Em 2014, ano de seca severa, os focos de fogo aumentaram em praticamente todo país. O aumento foi de mais de 100% em São Paulo, Minas Gerais, no Distrito Federal, Rondônia, Goiás e no Rio Grande do Sul.
Já em 2015, a quantidade de focos de fogo diminuiu em relação a 2014 nos estados onde a chuva voltou a ocorrer. Mas é no Norte e no Nordeste que aparecem o aumento dos focos. Os números de Alagoas e da Bahia são marcantes. Na Bahia, a quantidade de focos de fogo quase dobrou em relação a 2014. Em Alagoas, o número de focos triplicou.
Na região do Distrito Federal, o número de focos de fogo teve uma forte queda com o aumento da frequência da chuva. Em São Paulo, que também foi favorecido por chuva já em setembro, o número de focos de fogo em 2015 diminui quase 60% em relação a 2014.
Nos gráficos abaixo, os valores máximos, médios e mínimos se referem ao período de 1998 a meados de setembro de 2015.
Um novo verão começa oficialmente no dia 22 de dezembro, às 2h48 (hora de Brasília), mas ainda será um verão com EL Niño. O Nordeste, áreas do Norte e do norte do Sudeste devem continuar sendo penalizados com a chuva escassa.
A incômoda fumaça dos vizinhos
A foto mostra como estava Palmas, capital do Tocantins, na tarde da terça-feira, 8 de dezembro de 2015. O horizonte enevoado não era pela neblina, nem por névoa úmida e nem pela chuva. Era uma densa cobertura de fumaça que voltou a cobrir a cidade por causa da grande quantidade de focos de fogo que ainda estão espalhados sobre o Maranhão e sobre o Pará. Nem o temporal que ocorreu sobre Palmas na noite da segunda-feira, 7, conseguiu livrar a cidade da fumaçada.
Mais ou menos metade do estado do Tocantins fica entre o Pará e o Maranhão. A fumaça destes estados chega avança até Palmas conforme a direção dos ventos. Desde meados de novembro, aeroportos do Pará, do Amazonas, Amapá e Maranhão têm ficado quase o dia todo com visibilidade reduzida por causa da fumaça.
Pará e Maranhão continuam queimando
Nos primeiros sete dias de dezembro, Pará e Maranhão lideravam a lista dos estados com maior número de focos de fogo. A falta de chuva e o calor intenso estão contribuindo para prolongar os focos de fogo.
A previsão para os próximos cinco dias não é de que a chuva continue escassa. As poucas pancadas de chuva não devem conseguir apagar o fogo. Por enquanto, a expectativa de aumento de chuva é só após o dia 18 de dezembro.
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