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As fortes áreas de instabilidade que se formaram na última semana de maio de 2019 sobre o Sul do Brasil provocaram muita chuva e também ventania. Desde a terça-feira, 28, a chuva tem se concentrado sobre Santa Catarina e Paraná caindo de forma intensa e bastante volumosa em vários locais.
No começo da tarde do dia 30 de maio de 2019, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou um rajada de vento com 130 km/h em São Miguel do Oeste, no oeste de Santa Catarina. O vento muito forte foi produzido pela passagem de nuvens do tipo cumulonimbus que, em determinadas condições atmosféricas pode gerar a nuvem funil e tornados, mas também fenômenos como microexplosão e macroexplosão. Rajadas de vento assim podem derrubar árvores e causar grandes destelhamentos. Veja a diferença entre estes fenômenos.
A identificação do fenômeno correto só é possível com a análise do tipo de estrago feito na região onde ocorreu a ventania.
O que ocorreu em São Miguel do Oeste (SC): tornado ou microexplosão?
Confira a análise feita pelos meteorologistas do Epagri-Ciram, órgão oficial de monitoramento meteorológico e ambiental do governo de Santa Catarina.
"Uma forte tempestade atingiu a região de São Miguel do Oeste na tarde desta quinta-feira (30/05), com rajadas de vento de 130 km/h por volta das 13h. Esse temporal e a chuva que atinge todo o Estado, estão associados a formação de um sistema de baixa pressão em superfície, à corrente de jato superior e convergência em baixos níveis da atmosfera. O elevado aporte de umidade do ar em SC favoreceu a formação de nuvens de tempestade severa, denominadas de supercélula, que podem originar fenômenos como tornado ou microexplosão.
Pela avaliação preliminar das imagens de radar e dos danos provocados na localidade de São Miguel do Oeste, os meteorologistas da Epagri/Ciram definiram o fenômeno como uma microexplosão.
Micro explosões ou tornados estão associados a rajadas de ventos intensos com danos significativos, como corte de árvores e arremesso de objetos. São fenômenos que em poucos minutos se intensificam e se desfazem, causando grandes estragos e atingindo uma área muito restrita, como bairros dentro de um município.
Enquanto o tornado apresenta ventos extremamente fortes em forma de redemoinho (nuvem funil), na microexplosão os ventos intensos deslocam-se da nuvem em direção ao solo em linha reta, em um corredor de vento (sem redemoinho). Dessa forma, os estragos em uma área de vegetação serão bem diferenciados, o que permite uma caracterização do fenômeno."