Oferecido por
Durante o sábado, 27 de outubro, um grande ciclone extratropical se organiza sobre o mar, ao largo do litoral do Sul e do Sudeste do Brasil. Este sistema provoca ventos fortes no litoral destas regiões e principalmente em regiões de mar aberto.
Os ventos fortes deixam o mar bastante agitado e a navegação não é recomenda no fim de semana para pequenas e médias embarcações. A prática de esportes também é desaconselhada. Navegantes devem ficar atentos aos avisos de mau tempo específicos emitidos pela Marinha do Brasil.
Os mapas mostram a evolução do geopotencial no nível de 850 hPa (aproximadamente 1500 metros acima da superfície) entre a manhã da sexta-feira, 26 de outubro, e a manhã da segunda-feira, 29 de outubro de 2018. As letras B maiúsculas em vermelho representam centros de baixa pressão atmosférica. Inicialmente, a projeção do modelo GFS (Global Forecast System) dos Estados Unidos, prevê dois centros de baixa pressão atmosférica na noite do dia 25, que persistem no sábado de manhã, um no litoral da Região Sul e outro no litoral do Sudeste. Os dois centros de baixa se juntam em um só até a noite do sábado e que vai se afastando em alto-mar na noite do domingo.
Velocidades estimadas
No litoral, as rajadas mais intensas, entre 70 km/h e 100 km/h devem ocorrer entre manhã do sábado, 27, e noite do domingo 28 de outubro, entre o litoral norte do RS e a região dos Lagos no RJ. As capitais Florianópolis e Rio De Janeiro, por serem litorâneas, vão sentir ventos mais intensos. Nas demais áreas do litoral do RS, do RJ e no litoral do ES, as rajadas não devem superar os 70 km/h. Mas é preciso lembrar que, em alto mar, algumas rajadas podem até superar os 100 km/h.
Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e em Vitória, podem ocorrer rajadas entre 50 km/h e 70 km/h.
No decorrer da segunda-feira, com o afastamento do ciclone extratropical em alto-mar, a velocidade dos ventos diminui rapidamente e já não devem apresentar grande risco no litoral na manhã do dia 29.
Este ciclone é raro?
Ciclones extratropicais são sistemas bastante comuns na costa do Sul e do Sudeste do Brasil nos meses de outono, inverno e também na primavera. Assim, o ciclone que se forma no último fim de semana de outubro não pode ser considerado um fato raro.
Um estudo de Climatologia de ciclogêneses no Atlântico Sul (Gan e Rao, 1991), mostrou um pico máximo secundário de formação desses sistemas em outubro. Considerando o período de 10 anos, de 1979 a 1988, observou-se que os meses com maior número de ciclogêneses foram:
Maio: 134 ciclones
Julho: 107 ciclones
Outubro: 105 ciclones
Entenda a diferença e onde se formam ciclones, ciclones extratropicais e ciclones tropicais