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A primeira semana de janeiro foi marcada por um grande aumento de nebulosidade e de chuva sobre o Centro-Oeste do Brasil. O aumento do volume e da frequência de chuva foi notado em especial sobre Goiás e sobre o Mato Grosso. Chuvas fortes e volumosas voltaram a ser observadas entre 7 e 8 de janeiro. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia choveu 90,6 mm sobre Iporá, em Goiás. No período entre 10 horas do dia 7 e 10 horas do dia 8 de janeiro, o volume de chuva em Iporá foi o quarto mais elevado no país neste período.
Em Goiânia choveu 84,2 mm em 8 dias, o que corresponde a 30% da média de chuva de janeiro. Em Cuiabá choveu 77,9 mm, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, cerca de 37% da média para este mês.
As grandes áreas de instabilidade que se formaram sobre o Centro-Oeste estão associadas com a organização do sistema de pressão atmosférica conhecido como Alta da Bolívia. A Alta da Bolívia é umas das características típicas da circulação dos ventos sobre a América do Sul durante o verão. O nome faz referência à posição do centro do sistema de alta pressão que fica, em média, sobre a Bolívia.
A Alta da Bolívia é um grande sistema de alta pressão atmosférica observado na altitude de 10 km. A posição do seu centro pode se deslocar e algumas vezes fica sobre o Brasil, sobre a Região Centro-Oeste, como ocorreu nesta primeira semana de janeiro de 2016.
A Alta da Bolívia é um dos sistemas meteorológicos necessários para que ocorra a formação da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), um dos principais fenômenos meteorológicos do verão que provoca chuva persistente sobre o Centro-Oeste.
A meteorologista Josélia Pegorim comenta a presença da Alta da Bolívia, mas sem a formação de ZCAS.
A chuva da primeira semana de janeiro de 2016 beneficia a soja no Centro-Oeste
Explicando o Tempo: Entenda a ZCAS e a ZCIT, os principais fenômenos meteorológicos do verão