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O El Niño é um fenômeno de interação do oceano com a atmosfera caracterizado por um aquecimento acima do normal das águas do oceano Pacífico Equatorial.
Os mapas mostram a anomalia (diferença em relação a uma média) da temperatura da água do mar no início de janeiro de 2014, quando não havia El Niño, e a situação no início de janeiro de 2016, com as águas aquecidas.
A temperatura acima da média é representada pela cor vermelha. Os tons de azul indicam temperatura abaixo da média e o amarelo, temperatura dentro da média.
Em janeiro de 2014 a temperatura do oceano Pacífico Equatorial estava dentro da média. Em janeiro de 2016 as águas estavam muito quentes e a temperatura estava acima da média. Confira a situação atual.
Quando as águas estão quentes ocorrem grandes mudanças nos padrões normais de vento e de pressão da circulação geral da atmosfera, em vários níveis de altitude, que geram alteração no padrão climático de chuva e de temperatura em diversas regiões do planeta.
No Brasil, o El Niño tem dois efeitos marcantes: o aumento da chuva sobre a Região Sul e a diminuição da chuva sobre a Região Nordeste. Algumas áreas do Norte, do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil também sentem o efeito de redução ou aumento da chuva.
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Para que o aquecimento das águas do Pacífico Equatorial seja considerado um El Niño é preciso que a temperatura da água do mar permaneça pelo menos 0,5°C acima da temperatura média normal e por pelo menos três trimestres consecutivos móveis.
Veja a anomalia da temperatura da água do mar de alguns episódios do El Niño de forte intensidade. O mais intenso já registrado desde 1950 foi o El Niño de 1997/1998, quando a anomalia trimestral móvel foi maior ou igual a 2,0°C no período de agosto de 1997 a fevereiro de 1998.
A Circulação de Walker e o El Niño
Numa situação normal, sem El Niño, com as águas do oceano Pacífico com temperatura dentro da normalidade, existe uma circulação atmosférica natural sobre o Pacífico entre a costa da América do Sul e a região onde está a Indonésia.
As águas quentes ficam concentradas do lado da Indonésia. O ar quente e úmido que sai desta região se eleva gerando muitas nuvens de chuva. Em altitudes mais elevadas da atmosfera, o ar se resfria e desce seco sobre a região da costa do Peru.
Em outras palavras, sem o El Niño, uma região de baixa pressão se forma na região da Indonésia e uma região de alta pressão atmosférica se forma na região do Peru. A baixa pressão produz muitas nuvens e chuva; a alta pressão reduz a nebulosidade e as condições para chuva.
A circulação de ar formada no sentido leste-oeste sobre a região equatorial do globo é chamada de Circulação de Walker.
Situação com El Niño
A Circulação de Walker é modificada em anos de El Niño. O aquecimento acima do normal das águas do Pacífico força uma quebra em dois fluxos de ar. Os gráficos vão ajudar você a entender as mudanças nos ventos e na pressão atmosférica causadas pelo El Niño.
Duas correntes de ar subsidente surgem: uma sobre a Indonésia e sobre o norte da Austrália e outra sobre o Nordeste do Brasil.
Um sistema de alta pressão se estabelece na região onde o fluxo de ar desce. Este fluxo de ar de cima para baixo é chamado de subsidência ou ar subsidente.
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Quanto tempo dura um El Niño?
O tempo médio de duração de um episódio El Niño varia, em média, de 9 meses a 1 ano. Alguns podem ser mais curtos e outros mais longos.
O fenômeno La Niña é o contrário do El Niño. La Niña é o esfriamento anormal das águas do oceano Pacífico Equatorial. As águas nesta região ficam com temperatura abaixo da média.
O que quer dizer o nome El Niño?
El Niño é uma expressão em espanhol que quer dizer "o menino". Porém, para os cristãos, também é uma forma de referência a Jesus quando nasceu. "O menino (El Niño) Jesus".
As pesquisas históricas revelaram que pescadores peruanos foram os primeiros a perceber o aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico Equatorial no fim do ano, em dezembro, na época do Natal. A água quente traz grandes prejuízos para os pescadores peruanos e para a economia do Peru. Normalmente, a costa peruana tem água fria e que é rica em nutrientes para os peixes. Assim, a pesca é farta. Mas se a água fica quente, os peixes somem.
Onde ocorre o El Niño?
O aquecimento da água do mar que caracteriza o El Niño precisa ser observado numa região específica do oceano Pacífico Equatorial. Esta região é subdivida em três partes e a principal é chamada Niño 3.4 ou Niño 3+4. É nesta região Niño 3.4 que é feito o principal acompanhamento da elevação da temperatura.
Várias alterações na atmosfera e no mar precisam ser observadas ao mesmo tempo para que se tenha realmente um episódio do fenômeno El Niño. A elevação da temperatura acima da média na região do Pacífico Equatorial é uma das alterações principais, mas não é a única.
A tabela mostra as latitudes e as longitudes que delimitam as regiões de monitoramento da temperatura para fazer o acompanhamento do El Niño.
O mapa mostra a região onde se monitora a temperatura para fazer o acompanhamento do El Niño.
Consequências já verificadas do El Niño 2015
O El Niño que surgiu em 2015 provocou muita chuva sobre o Sul do Brasil desde julho de 2015. O excesso de chuva casou muitos prejuízos na agricultura e na infraestrutura da Região Sul por causa das enchentes. Estradas e pontes foram danificadas.
Normalmente a maior parte do Nordeste tem pouca ou nenhuma chuva na primavera. Mas a redução da chuva que ocorreu na primavera de 2015 foi um dos efeitos do El Niño.
Nos Estados Unidos, a véspera de Natal "quente", sem neve e com 22°C em Nova Iorque também foi efeito do El Niño. O ano de 2016 começou com muita chuva na Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, por causa do El Niño.
Na Austrália, o El Niño provocou um aquecimento recorde. O serviço nacional de meteorologia australiano divulgou que 2015 foi quinto ano mais quente já registrado no país.