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Os ventos alísios são provenientes da Alta Pressão subtropical e sopram de leste, dos subtrópicos em direção ao equador. No inverno no hemisfério norte, a Alta Pressão do Atlântico norte está mais forte e seus alísios chegam com mais força na costa norte e nordeste brasileira. Já a Alta Pressão subtropical do Atlântico Sul que também está presente nos próximos dias contribui para produzir ventos alísios. O encontro dos dois gera uma zona de convergência na região equatorial, o que forma nebulosidade persistente denominada Zona de Convergência Intertropical. Quando a Alta do Atlântico Norte está mais intensa, ZCIT desloca para sul e contribui para aumentar a chuva no interior do Nordeste. Na figura, a região mais clara corresponde aos alísios, com ventos intensos. No encontro, ocorre a convergência, e o vento perde intensidade.
Mas a convergência pode ocorrer de uma outra forma, e isto será possível observar nos próximos dias na costa norte do Brasil: ventos alísios intensificam e passam a soprar com velocidade sustentada de 30, 40km/h sobre o mar. Soprando para o continente, o fluxo encontra uma abrupta resistência e perde velocidade. Essa diminuição da velocidade também representa uma convergência, e que a massa de ar (junto com vapor d'água) só tem uma opção, a de subir. O movimento vertical produz condensação, nuvens e precipitação. Entre a madrugada de segunda-feira e o início de terça-feira, a costa do Amapá, a Ilha do Marajó, costa norte do Pará e do Maranhão ficam sujeitas a nebulosidade mais persistente e chuvas frequentes. Algumas localidades, como no leste da Ilha do Marajó, na proximidade da cidade de Belém, poderão receber chuva volumosa durante este período.