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O litoral do Rio Grande do Sul , de Santa Catarina e a região serrana entre os dois estados estão debaixo de chuva persistente desde o fim da tarde do domingo, 10 de abril. Até por volta das 20 horas desta segunda-feira, as áreas mais afetadas pela chuva eram o litoral norte do Rio Grande do Sul e o litoral sul de Santa Catarina.
A cidade de Torres ficou completamente alagada. Choveu mais 180 mm entre a noite no domingo e a noite da segunda-feira,11, segundo do Instituto Nacional de Meteorologia. Na região de Laguna, em Santa Catarina, o volume de chuva chegava aos 110 mm no acumulado entre 20 horas do dia 10 e 20 horas de 11 de abril.
A meteorologista Josélia Pegorim explica a forte circulação marítima que provoca muita chuva no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e alerta para mais chuva que deve atingir a região de Florianópolis.
Muita chuva para o litoral de SC
A circulação de ar marítimo no leste da Região Sul vai persistir por mais 48 horas mantendo a nebulosidade e as condições para chuva especialmente nas áreas litorâneas e próximas ao mar. O centro de ar polar se desloca para o oceano e até a quarta-feira vai manter a infiltração de umidade. Esta infiltração deve diminuir a partir de quinta-feira com a mudança de posição do centro da massa polar.
Circulação marítima
A chuvarada que está ocorrendo no leste da Região Sul é consequência de uma forte infiltração de umidade marítima. O centro (A) de uma massa polar moderada a forte que está ao sul de Buenos Aires e gera ventos marítimos na costa sul do Brasil. Estes ventos também são moderados a fortes e carregam grande dose de umidade do mar para o continente.
Esta injeção de umidade alimenta as nuvens com mais água estimulando ainda mais a formação da chuva. Além disso, características de relevo local, como a presença de encostas colaboram para formar e manter as nuvens de chuva.
Além das áreas de litorâneas, a Grande Porto Alegre e a região serrana do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina também sentem este processo de circulação marítima que geram muita nebulosidade e chuva.
A chuva persiste constante e grandes acúmulos de água devem ser gerados causando alagamentos e encharcando as encostas, o que aumenta o risco de deslizamento de barreiras.
Esta circulação marítima vai atuar com mais força no litoral de Santa Catarina e no litoral norte do Rio Grande do Sul. Estas áreas devem acumular os maiores volumes. O mapa mostra o volume de chuva estimado para cinco dias na Região Sul. Os tons de verde indicam acumulados superiores a 100 mm em cinco dias.