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Entre a tarde do dia 21 e a noite de 22 de junho de 2016, choveu com moderada a forte intensidade em áreas do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo. A chuva veio com raios, o que é não é muito comum nesta época.
As áreas de instabilidade começaram a se formar na tarde do dia 21 de junho entre Santa Catarina e Paraná e avançaram em parte para São Paulo e também para o mar. Outras nuvens carregadas cresceram sobre São Paulo, mas independentes destas áreas de instabilidade.
Estas áreas de instabilidade se formaram por causa do deslocamento de um "cavado". Este é o nome técnico que se dá a uma região na atmosfera onde ocorre uma ondulação do fluxo de ventos no sentido horário no Hemisfério Sul e onde há também uma tendência à queda da pressão atmosférica.
Os cavados podem ocorrer em vários níveis da atmosfera ao mesmo tempo e em qualquer época do ano. Podemos ter cavados apenas em superfície ou cavados sobrepostos desde a superfície até níveis mais elevados da atmosfera. Em algumas situações pode ocorrer a passagem de vários pequenos cavados em poucos dias. É o que os meteorologistas chamam de "ondas curtas" ou "cavados de onda curta". Dependendo das condições de temperatura e umidade numa região, a passagem de um cavado pode causar muita instabilidade, com chuvas fortes.
No mapa, o cavado é representado pela linha cheia em curva. A linha tracejada reta representa o eixo que divide ao meio a região do cavado. Áreas de instabilidade se formam à leste do eixo do cavado.
Toda frente fria tem um cavado, mas nem todo cavado é uma frente fria. A meteorologista Josélia Pegorim explica a diferença entre os dois sistemas.