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Um ciclone extratropical se forma até a noite do domingo, 26 de junho de 2016, no interior da América do Sul, entre o norte da Argentina, o Paraguai, o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
Na sequência de imagens de satélite da sexta-feira, 24 de junho, já era possível perceber a presença do centro da baixa pressão atmosférica que vai gerar o ciclone extratropical. O centro de baixa pressão é uma região na atmosfera de menor valor de pressão do ar, em relação à vizinhança, onde os ventos fazem um giro completo de 360 graus, no sentido horário, no Hemisfério Sul.
As bandas de nuvens (faixas amareladas, verdes e azuis) na costa norte do Chile giram no sentido horário, acompanhando o movimento dos ventos ao redor do centro da baixa pressão.
As manchas azuladas, verdes e amareladas sobre o norte da Argentina e que se prolongam sobre o Paraguai, o Sul do Brasil e o Uruguai representam principalmente nuvens altas e médias geradas a partir da uma forte divergência de ventos observada na sexta-feira, 24, sobre norte argentino.
Quando há divergência, a corrente de ventos se divide em duas partes, em direções diferentes e podem também variar em velocidade.
No mapa de simulação dos ventos em 10 mil metros de altitude, as setas pretas que apontam para direções diferentes indicam a divisão do fluxo de ventos. Divergências de vento, seja em velocidade e-ou em direção são associadas com formação de instabilidade atmosférica.
Entre a noite do domingo, 26, e a noite da segunda-feira, 27 de junho, o centro de baixa pressão atmosférica do ciclone extratropical deve se movimentar do noroeste da Argentina para a região de Buenos Aires e Uruguai, devendo alcançar o litoral da província de Buenos Aires até a noite de terça-feira.
A previsão é de que este ciclone extratropical alcance um mínimo de pressão no interior do continente em torno de 1018 hPa. A formação e passagem do ciclone provocam fortes rajadas de vento que devem ser sentidas em várias regiões do Sul do Brasil no fim de semana, mas especialmente sobre o Rio Grande do Sul.
Os mapas mostram a simulação do movimento do centro da baixa pressão atmosférica do ciclone extratropical entre 24 e 29 de junho de 2016
Esta outra simulação mostra as áreas de chuva (manchas coloridas) associadas com o ciclone extratropical. A forma de gancho que as manchas (áreas de chuva) vão formando acompanha o giro dos ventos da baixa pressão.
Ciclones extratropicais são fenômenos meteorológicos comuns no centro-sul da América do Sul e podem estar associados ou não com frentes frias. São sistemas de baixa pressão atmosférica que podem provocar ventania e mais de 24 horas de chuva volumosa e persistente durante o seu processo de formação.