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As áreas de instabilidade persistem sobre o Sul do Brasil e provocam muita chuva, além do granizo. O volume de chuva acumulado entre a noite do dia 13 e a noite de 14 de julho já superava os 90 mm sobre a região serrana do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
A situação é preocupante porque a chuva não para nesta sexta-feira e os solos vão ficar ainda mais encharcados, o que aumenta o risco de deslizamento de encostas. Além disso, o grande volume de chuva eleva o nível dos rios.
A tabela mostra os volumes de chuva mais elevados registrados pelo Instituto Nacional de Meteorologia entre 21 horas do dia 13 e 21 horas de 14 de julho.
Depois dos temporais da segunda-feira, uma grande quantidade de nuvens carregadas voltou a se formar sobre o Rio Grande do Sul a partir da noite de 13 de julho e até o fim da manhã desta quinta-feira, 14, se espalharam por todo o centro-norte gaúcho.
A sequência de imagens de satélite mostra a expansão das áreas de instabilidade formadas por muitas nuvens do tipo cumulonimbus entre a tarde de noite do dia 13 de julho.
Esta outra sequência mostra a evolução da instabilidade durante a madrugada e manhã de 14 de julho.
Risco de granizo no Sul continua até sábado
As nuvens cumulonimbus são chamadas de nuvens convectivas e são elas que provocam a chuva forte, ventania, granizo e também as descargas elétricas (raios).
Quanto maior a quantidade de raios, mais intensa é a instabilidade, com maior risco de granizo.
No período entre 21 horas do dia 13 e 11h30 do dia 14 de julho, a rede Earth Networks de detecção de descargas elétricas registrou quase 38 mil descargas apenas no Rio Grande do Sul, considerando as descargas entre nuvens (nuvem-nuvem), das nuvens para o solo (nuvem-solo) e do solo para as nuvens (solo-nuvem).
Deste total, mais de 9300 raios foram entre as nuvens e o solo.
O grande contraste térmico, de ar quente com ar frio, é um dos fatores que colaboram para a formação das nuvens cumulonimbus. A atmosfera fria, com temperatura abaixo de zero, é necessária para a formação do gelo.
Até o próximo sábado, o risco de formação de nuvens cumulonimbus no Sul do Brasil ainda é alto, muitas descargas elétricas vão ocorrer e também com risco de granizo. No domingo, o ar polar entra forte sobre a Região Sul esfriando muito toda a Região. O ar seca rapidamente e não teremos mais as condições para a formação das nuvens carregadas.
Veja neste "Explicando o Tempo", com Maria Clara Machado, como os raios se formam dentro das nuvens cumulonimbus.
É muito importante saber como se proteger dos raios. O trovão em geral assusta, mas o raio mata!