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Você sabia que a poluição do ar, agravada pelo uso do diesel na frota de ônibus de São Paulo, deve ser a causa de mais de 3500 só neste ano? Por isso, uma decisão que será tomada daqui a algumas semanas pode mudar o rumo dos transportes públicos na cidade! Será definido quando e como será feita a transição para os combustíveis renováveis, menos poluentes!
De acordo com a Lei 14.933, de 2009, que institui a política de mudanças climáticas no município, todos os veículos da frota de ônibus já deveriam circular com combustíveis renováveis no ano que vem. No entanto, até agora só 1% faz parte da ecofrota. Ou seja, a Lei não será cumprida.
O Foco Ambiental foi até o Greenpeace para conversar com alguns especialistas que estão estudando sobre o assunto. Pedro Telles, especialista em mudanças climáticas, explica quais as vantagens de uma frota de ônibus movida a combustíveis 100% renováveis.
Foto: Shutterstock/ Ônibus da ecofrota de São Paulo - movido à energia elétrica
Vantagens
“São três vantagens principais”, diz Telles, “todas elas super importantes. A primeira é na saúde, pois 12 mil pessoas que morreriam com a poluição, não vão morrer se a gente fizer essa transição. Fora as pessoas que teriam outros problemas de saúde que não levam à morte, mas que também são graves”.
“A segunda questão são os impactos na economia ligados à saúde. A gente está falando de uma perda de mais ou menos 4 bilhões de reais do PIB com produtividade e com despesas do sistema de saúde”.
“E tem o terceiro ponto importantíssimo, que são as mudanças climáticas e esse corte de emissões. Os ônibus são uma grande fonte de emissões dos gases de efeito estufa, que geram o aquecimento global. Se a gente zera as emissões, o que é possível, chegando a ônibus 100% elétricos, a gente faz uma transição que é importante na prática, para os ônibus em si pararem de emitir e simbólica também, que ajuda a acelerar a transição em outros veículos e em outros setores da economia”, finaliza Telles.
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Por que não vai ser possível cumprir a Lei dentro do prazo?
Foto: Shutterstock
“Nós tínhamos em 2011, 2012, cerca de 10% a 11% da frota de ônibus rodando com combustíveis renováveis. Infelizmente, esse projeto não seguiu adiante e a partir de 2013 houve uma redução dessa ecofrota. Hoje nós temos apenas 1% da frota com combustíveis renováveis. Então, esse prazo já não vai ser cumprido. Na verdade, não houve vontade política para cumprir a Lei”, esclarece Davi Martins, especialista em mobilidade urbana do Greenpeace.
Uma revisão desta lei, escrita pelo vereador Milton Leite, está sendo debatida na Câmara Municipal, só que o texto é muito menos ambicioso do que o da Lei original. O texto não propõe zerar completamente as emissões, como o anterior, apenas reduzir. Além disso, prevê um prazo muito maior para essa transição acontecer. Por isso, alguns pontos estão sendo propostos pelo Greenpeace e outras organizações. A próxima audiência pública para discutir o assunto vai acontecer neste sábado, às 10 horas, na Câmara dos Vereadores.
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Pontos que estão sendo propostos
- Prazo de 10 anos para zerar as emissões
- Sanções para quem não cumprir com o prazo estabelecido
- Metas anuais
A participação da sociedade é muito importante nesse processo. “Nós estamos em um momento em que esse projeto está sendo discutido na Câmara Municipal e a participação da população é fundamental para que os vereadores e vereadoras da casa se sensibilizem e vejam que as pessoas estão interessadas e monitorando o trabalho deles“, diz Martins.
Compartilhe a informação e vamos cobrar pra que essa mudança, positiva pra a cidade e pro país aconteça o quanto antes.
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