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Como a ZCAS se forma?

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A Zona de Convergência do Atlântico Sul, ZCAS na forma usualmente abreviada, é o principal sistema meteorológico do verão no Brasil responsável por um período prolongado de chuva frequente e volumosa sobre parte das Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste.

Em muitas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste, o elevado volume de chuva produzido durante a atuação da ZCAS, que em média atua por um período de 4 a 10 dias, pode representar grande parte da chuva do trimestre mais chuvoso do ano.

 

 

Quando a ZCAS se forma, uma extensa faixa de nuvens carregadas persiste sobre o Brasil por vários dias consecutivos, cruzando o país do Amazonas ao Rio De Janeiro. As imagens de satélite aparentam ser quase iguais de um dia para outro quando a ZCAS está atuando.

 

 

ZCAS em meados de janeiro de 2016

 

 

A Zona de Convergência do Atlântico Sul é uma grande e prolongada zona de convergência de fluxos de umidade sobre o Brasil resultado da interação da circulação de vários sistemas meteorológicos: frentes frias na costa do Sudeste, Vórtice Ciclônico de Altos Níveis no Nordeste (VCAN), sistema de circulação ciclônica que se forma em torno de 10 km de altitude, e a Alta da Bolívia, grande sistema de alta pressão atmosférica (circulação anticiclônica) que se estabelece sobre este país em torno de 10 mil metros de altitude.

 

 

Circulação de ventos da Alta da Bolívia e de um VCAN formam a ZCAS

 

 

ZCAS, El Niño e La Niña

Fenômenos de escala global como El Niño e La Niña interferem na formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul. As mudanças na circulação dos ventos em diversos níveis da atmosfera causadas pelo aquecimento (El Niño) ou pelo resfriamento (La Niña) anormal das águas do oceano Pacífico Equatorial Central e Leste dificultam ou facilitam a organização da ZCAS sobre o Brasil.

De forma geral, em anos de El Niño, a formação da ZCAS é dificultada, mas isto não significa que o fenômeno não ocorre. A La Niña facilita a organização da ZCAS.

 

Posicionamento da instabilidade

A ZCAS é uma conexão entre frentes frias no oceano e a extensas áreas de instabilidade sobre o interior do Brasil. Porém, a posição das áreas de chuva pode variar sobre o país. A atuação da ZCAS não é igual de um ano para outro, não ocorre sempre sobre as mesmas regiões.

 

A grande faixa de instabilidade sobre o interior do Brasil pode se formar numa posição mediana (1) sobre o Sudeste e o Centro-Oeste fazendo com que a chuva seja bem distribuída por praticamente todas as áreas destas Regiões, além do Amazonas, Rondônia e Acre. Quando o eixo da ZCAS se posiciona mais ao norte (2), a chuva persistente cai preferencialmente sobre o Espírito Santo, norte de Minas Gerais, Bahia, Tocantins, norte de Goiás, Distrito Federal e no cetro-norte de Mato Grosso.

 

 

Esquema de variação de posição das áreas de instabilidade da ZCAS

 

 

Nesta situação, a chuva é menos frequente no centro-sul e oeste de São Paulo e em Mato Grosso do Sul. A terceira posição (3), quando o eixo da ZCAS fica mais ao sul de sua posição média normal, a chuva mais frequente ocorre sobre São Paulo, o centro-sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, sul de Goiás, de Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul e também atinge o Paraná. Em algumas situações excepcionais, a chuva da ZCAS pode avançar mais sobre a Região Sul do Brasil atingindo até Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul.

 

Saiba mais sobre como o tempo funciona na seção Explicando o Tempo

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