Oferecido por
O oceano Pacífico Equatorial está se resfriando desde setembro de 2017, mas só podemos associar o resfriamento a um processo de La Niña quando a anomalia da temperatura superficial água do mar (TSM) estiver igual ou abaixo de -0,5°C na região denominada Niño 3.4. Este é um dos critérios técnicos que definem o fenômeno.
A avaliação da temperatura da água do mar para os fenômenos El Niño e La Niña é feita na porção central do oceano Pacífico Equatorial. Esta é a região Niño 3.4, como mostra a figura.
Regiões de análise do El Niño e de La Niña
Anomalia trimestral
Para considerarmos a efetivação de um evento La Niña é preciso que tenhamos uma anomalia (diferença em relação à média) de temperatura da superfície da água do mar (TSM) abaixo de -0,5°C por pelo menos três trimestres consecutivos móveis.
A anomalia da TSM na região Niño 3.4 ficou abaixo de -0,5°C pela primeira vez em novembro de 2017. Até então, não podíamos afirmar que "estamos em La Niña". Isto se repetiu em dezembro do ano passado e a projeção para janeiro de 2018 é de que a anomalia da TSM também fique abaixo de -0,5°C.
A anomalia da TSM na região Niño 3.4 ficou em -0,7°C no trimestre setembro-outubro-novembro e em -0,9°C no trimestre outubro-novembro-dezembro. O trimestre novembro-dezembro-janeiro também deve ter anomalia abaixo do -0,5°C.
Histórico da anomalia da TSM de 2005 a 2017
Águas quentes no fundo
Porém, no começo de janeiro de 2018 já se notava uma tendência de aquecimento nas águas mais profundas do Pacífico Equatorial. A água quente tende a avançar para leste, em direção ao litoral do Peru e do Equador no decorrer do mês fevereiro de 2018, o que vai fazer a TSM começar a aumentar.
A análise de 8 de janeiro de 2018 da NOAA (em inglês, National Oceanic and Atmospheric Administration), o principal centro de monitoramento de fenômenos oceânicos como El Niño e La Nina, mantinha o status de La Niña Advisory, um nível antes da efetivação de um evento La Niña.
Porém, o resfriamento que está ocorrendo no Pacífico Equatorial tem influência o regime de chuva e de temperatura no Brasil, e em outras áreas do planeta, durante o verão de 2018.
Representação do resfriamento do Pacífico Equatorial em 22/12/2017 (NASA)
Confira a análise do meteorologista da Climatempo Alexandre Nascimento sobre o que poderá ocorrer em relação ao fenômeno La Niña nos próximos meses e o que esperar para do verão no Brasil em fevereiro e em março.