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Nevou na manhã desta quarta-feira, 4 de julho, em Pinheiro Machado, cidade no sul do Rio Grande do Sul próxima da fronteira com o Uruguai. O fenômeno ocorreu de forma fraca e rápida como pequenos flocos e também como neve granular.
Um grupo de estudantes da Universidade Federal de Pelotas foi até Pinheiro Machado e tiveram a sorte de registrar os pequenos flocos e também grãos de neve granular. Confira as imagens
Saiba a diferença entre neve, neve granular e outras precipitações de inverno
O sul gaúcho amanheceu gelado, com temperatura entre 1°C e 3°C. Em Canguçu fez 1,5°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a menor do estado no dia 4 de julho. Onde o céu estava com poucas nuvens e o frio era intenso houve formação de geada, como em Bagé, onde a temperatura mínima foi de 2,4°C.
Confira as imagens da chuva congelada que ocorreu em junho em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Neve na província de Buenos Aires
Na madrugada desta quarta-feira, a neve também surpreendeu os moradores de La Plata, cidade próxima de Buenos Aires, capital da Argentina.
Na terça-feira, 3 de julho, já havia nevado na região das cidades argentinas de Córdoba e Mendoza, onde a ocorrência do fenômeno não é comum. O registro da neve pode ser constatado pelos informativos meteorológicos enviados pelos aeroportos locais
Nas mensagens do METAR, a ocorrência da neve aparece com a sigla VCSN (VC, abreviatura de vicinity (vizinhança, em inglês) e SN, abreviatura de snow, que é neve em inglês
Metar de Córdoba (SACO) com neve
METAR SACO 041500Z 28002KT (28004KMH) 8000 SCT012 BKN01806/02 Q1019 BECMG 3000 VCSN DZ
Em Mendoza (SAME), não nevou, mas ocorreu o fenômeno da chuvisco congelado, que no METAR é identificado como FZDZ (FZ, de frozen, em inglês). A temperatura variou de 1°C a 0°C entre a noite do dia 3 de julho até por volta das 6 horas da manhã de 4 de julho.
SPECI SAME 040130Z 09004KT (09007KMH) 2500 -FZDZ BR BKN010 SCT020 01/01 Q1019
METAR SAME 040200Z 07004KT (07007KMH) 2000 FZDZ BR BKN010 SCT020 01/00 Q1019
METAR SAME 040300Z 09005KT (09009KMH) 3000 -FZDZ BR BKN010 SCT020 01/00 Q1019
METAR SAME 040400Z 09004KT (09007KMH) 2000 -FZDZ BR BKN010 SCT020 01/00 Q1018
METAR SAME 040500Z 09003KT (09006KMH) 1500 -FZDZ BR BKN010 SCT020 01/00 Q1018
METAR SAME 040600Z 09003KT (09006KMH) 2000 -FZDZ BR BKN005 SCT015 01/00 Q1017
METAR SAME 040700Z 09003KT (09006KMH) 1500 -FZDZ BR BKN005 SCT015 00/00 Q1017
METAR SAME 040800Z 09004KT (09007KMH) 3000 -FZDZ BR BKN007 SCT015 00/00 Q1016
METAR SAME 040900Z 09003KT (09006KMH) 5000 -FZDZ BR BKN007 SCT020 00/M00 Q101
Na imagem captada pelo satélite GOES 16 do meio da tarde de 4 de julho era possível ver a enorme cobertura de nuvens sobre quase toda da Argentina, o Uruguai e também sobre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O frio intenso e o excesso de umidade permitiram a ocorrência da neve. Porém, a circulação dos ventos na alta atmosfera sobre a América do Sul não deixa o ar polar intenso avançar além de Santa Catarina. Em Porto Alegre, a temperatura na tarde de 4 de julho chegou aos 13°C, em Florianópolis não passou dos 15°C, mas em Curitiba a temperatura subiu para 20°C.
Confira a previsão para o Sul do Brasil nos próximos dias
Forte massa polar se aproxima
Uma massa de frio de origem polar muito forte deve avançar sobre a Argentina no próximo fim de semana e a previsão é que desta vez parte deste ar polar consiga chegar sobre o Sul e até parte da Região Sudeste do Brasil. Com a entrada do ar polar intenso e a previsão de muita umidade no começo da próxima semana, a possibilidade de nevar no Sul do Brasil volta a ser avaliada.
Se as condições meteorológicas se confirmarem, o fenômeno desta vez poderia ocorrer nos dias 9 ou 10 de julho, em áreas da serras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Mesmo assim, esta possibilidade de neve seria para cidades mais elevadas da serra. Considera-se a possibilidade de queda de chuva congelada ou alguma outra forma de neve, não necessariamente em flocos.