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Equipes de resgate correm contra o tempo em busca de dezenas de pessoas desaparecidas após enchentes e deslizamentos de terra no oeste do país. Milhares estão sem água e luz. Desastre climático é o pior em 36 anos.
O número de mortos devido às fortes chuvas registradas no oeste do Japão já ultrapassou 150, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10/07) pelo governo japonês. Enquanto isso, equipes de resgate seguem buscando dezenas de pessoas desaparecidas em meio à lama e aos destroços.
A tragédia, marcada pelas piores enchentes a atingirem o país em 36 anos, ainda forçou dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas. Segundo a emissora NHK, mais de 23 mil residentes estão agora em abrigos temporários.
As precipitações recordes que começaram a cair na quinta-feira passada provocaram inundações e deslizamentos de terra, especialmente graves nas cidades de Hiroshima e Ehime, onde o fenômeno meteorológico arrasou milhares de casas e deixou vários povoados completamente isolados.
As chuvas torrenciais cessaram, e as inundações já começam a dar sinais de trégua. Ainda assim, muitos sobreviventes continuam sem acesso a energia ou água potável.
Segundo a imprensa japonesa, cerca de 270 mil casas em 12 províncias sofreram cortes no fornecimento de água e eletricidade. Os residentes enfrentam calor extremo para obter um pouco de água potável, aumentando os riscos de insolação.
"Não há água, comida, nada chega aqui", relatou um idoso de 73 anos, morador da cidade de Kure, ao jornal japonês Mainichi. "Vamos ressecar se continuarmos assim, isolados."
Por enquanto há ao menos 156 mortos, a maioria deles em Hiroshima, Okayama e Ehime, segundo os últimos dados divulgados pelo porta-voz do governo japonês Yoshihide Suga. A imprensa do país avalia o número de desaparecidos em aproximadamente 60.
Cerca de 75 mil agentes das Forças Armadas, da polícia e dos bombeiros seguem com os trabalhos de resgate, já passadas mais de 72 horas depois do início das fortes chuvas, um prazo considerado decisivo para poder encontrar sobreviventes.
"Estamos checando de casa em casa para ver se ainda há pessoas presas dentro delas", disse um funcionário do governo de Okayama à agência de notícias AFP. "Sabemos que é uma corrida contra o tempo. Estamos tentando o máximo que podemos."
O desastre provocou luto nacional no Japão. Na segunda-feira, o primeiro-ministro Shinzo Abe cancelou sua viagem para a Europa e o Oriente Médio, a fim de coordenar pessoalmente as tarefas de assistência às vítimas, e disse que visitará Okayama, uma das cidades mais afetadas pelas chuvas.
"Vamos avaliar as necessidades das vítimas e impulsionar uma pronta reconstrução da região", afirmou o premiê após uma reunião de emergência do seu gabinete. O governo japonês anunciou que destinará cerca de 20 milhões de dólares em fundos de reserva para ajudar os afetados.
EK/afp/ap/dpa/efe