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Nordeste volta a apresentar área sem seca relativa

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A região Nordeste voltou a apresentar área sem seca relativa. Conforme o mais recente mapa do Monitor de Secas, que é o acompanhamento regular e periódico da estiagem na área do semiárido brasileiro, em abril, 35,96% do território não apresentava impactos negativos a curto ou longo prazos.

Apesar de ter apresentado, em março desde ano toda sua área com algum nível de seca, incluindo o mais intenso, que é classificado como excepcional, o dado mais recente é o mais positivo em relação à série histórica da ferramenta que, atualmente, traz informações dos estados do Nordeste e também de Minas Gerais.

De acordo com relatório do Monitor de Secas, que é produzido de forma conjunta com instituições de pesquisas e possui a Agência Nacional de Águas (ANA) com instituição central, em abril de 2019, precipitações com valores superiores a 200 milímetros ocorreram no norte do Maranhão, Piauí e pontos isolados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

Atualmente, as áreas sem seca relativa estão concentradas no norte da região e também na porção litorânea, justamente aquelas mais beneficiadas com as chuvas. Apesar dos resultados positivos, a porção mais central do Nordeste ainda apresenta nível de seca grave a moderada.

Resultados positivos

 

Entre os estados que apresentaram chuvas expressivas nos últimos meses está o Ceará que, apesar de apresentar precipitações em torno da média, já tem o melhor resultado desde 2011. Lá, até abril, todos os meses apresentaram chuvas acima da média em 2019, segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

 

“Os resultados do Monitor reforçam o quadro de diminuição da seca relativa que já vinha sendo observado nos meses mais recentes, principalmente entre a faixa litorânea e parte do interior do estado. Porém, o Cariri, localizado no sul do estado, que apresentava área com seca grave passou a apresentar condições de seca fraca devido também as chuvas mais recentes”, explica o meteorologista da Funceme, Raul Fritz.

 

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Impactos

 

Neste momento, o Ceará apresenta condições de seca entre moderada e fraca. Neste cenário, os impactos são de longo prazo, com diminuição do plantio, das pastagens até danos às culturas e aos reservatórios.

 

Apesar do cenário de redução da estiagem, o estado ainda apresenta, dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 73 com volume inferior aos 30%. O Castanhão, por exemplo, principal reservatório do Ceará tem, neste momento, apenas 5,5% de sua capacidade total.

 

“A variabilidade espacial é uma das principais características das chuvas no semiárido brasileiro, ou seja, chove bem em uma área, mas em outra não. É que o que vem sendo observado no Ceará, onde o norte recebeu mais chuvas até este momento. Já nas áreas que beneficiam os açudes de grande porte, como o próprio Castanhão, apresentam, de maneira geral, um certo déficit”, completa Fritz.

 

Sobre o Monitor

 

O Monitor de Secas é um processo de acompanhamento regular e periódico da situação da seca no Nordeste, cujos resultados consolidados são divulgados mensalmente. As informações são disponibilizadas até o mês anterior, com indicadores que refletem o curto prazo (últimos 3, 4 e 6 meses) e o longo prazo (últimos 12, 18 e 24 meses), indicando a evolução da seca na região.

 

A ferramenta tem como objetivo integrar o conhecimento técnico e científico já existente em diferentes instituições estaduais e federais para alcançar um entendimento comum sobre as condições de seca, como: sua severidade, a evolução espacial e no tempo, e seus impactos sobre os diferentes setores envolvidos.

 

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