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Um estudo divulgado nesta quarta-feira (05/06) revelou que os humanos ingerem e respiram entre 74 mil e 121 mil partículas de microplástico por ano. Os efeitos para a saúde deste material ainda são desconhecidos.
Os microplásticos são partículas microscópicas de plástico que surgem das mais variadas fontes, como tecidos sintéticos, pneus de carro ou lentes de contato, devido à degradação no meio ambiente de produtos maiores ou pelo desprendimento de partículas de potes de alimentos e garrafas de água. É o material sintético mais onipresente do planeta.
Vários estudos já mostraram como os microplásticos podem entrar na cadeia alimentar humana. No ano passado, uma pesquisa revelou que esse material foi encontrado em quase todas as marcas de água engarrafada.
Para o estudo divulgado nesta quarta-feira, pesquisadores canadenses analisaram centenas de dados de contaminação por microplástico e compararam com a dieta típica de um americano. Os especialistas revisaram 26 estudos que avaliaram as quantidades de partículas deste polímero em mais de 3,5 mil amostras de peixes, mariscos, açúcar, sal, álcool, água, tanto em garrafa como da torneira, e ar.
Os pesquisadores da universidade canadense British Columbia descobriram que os humanos ingerem entre 39 mil e 52 mil partículas de microplástico por ano, dependendo da idade e do sexo. Se for levada em conta a inalação devido à poluição do ar, esse número sobe para entre 74 mil e 121 mil – o equivalente a mais de 320 partículas por dia.
Aqueles que bebem apenas água engarrafada podem chegar a ingerir 90 mil partículas adicionais por ano em comparação com as 4 mil de quem consome somente água de torneira, acrescentou o estudo publicado na revista especializada Environmental Science and Technology.
Os autores ressaltam, no entanto, que esses números são estimados. A quantidade de plástico consumida por indivíduos depende em grande parte do local onde vivem e da dieta alimentar que seguem.
Os efeitos da ingestão e respiração destas partículas são ainda desconhecidos, segundo o estudo, mas alguns pedaços são os suficientemente pequenos para entrar nos tecidos humanos onde podem desencadear respostas autoimunes ou liberar substâncias tóxicas. Os pesquisadores destacam ainda que são necessárias novas pesquisas para conhecer os impactos do microplástico para a saúde.
"A maneira mais eficiente de reduzir o consumo de microplásticos é reduzindo a produção e o uso de plásticos", conclui o estudo.
Com o descarte incorreto, boa parte deste material para nos oceanos. Microplásticos já foram encontrados inclusive em algumas das maiores geleiras do mundo. As pessoas acabam ingerindo este material inconscientemente. Deutsche Welle