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Cansaço, alterações no sono, falta de concentração, apetite desregulado e medo. Esses são alguns dos sinais que podem surgir durante a quarentena e que podem afetar, principalmente, pessoas com doenças psicológicas, como depressão e transtorno de ansiedade.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, ao final de 2019, o Brasil tinha uma estimativa de cerca de 12 milhões de pessoas sofrendo com a depressão (5,8% da população total do país) e quase 19,4 milhões de pessoas com diagnóstico de transtorno ansioso (9,3% dos brasileiros), que incluem fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático e ataques de pânico. Hoje, o País ocupa o 1º lugar no ranking dos mais ansiosos do mundo.
Segundo a psicóloga Camila de Cássia Ribeiro, as medidas de isolamento aplicadas com o avanço do Coronavírus podem não só agravar o quadro desses mais de 31 milhões de pacientes, como acarretar sintomas psicológicos em quem ainda não sofria com as doenças.
“As principais dificuldades estão sendo de sentimento de perda da liberdade e de solidão. Muitas pessoas migraram para o home office e estão enfrentando os desafios dessa adaptação. Há ainda aquelas que moram sozinhas, que precisam estar ainda mais atentas a pensamentos negativos decorrentes dessa rotina solitária e buscar um contato online mais frequente com amigos e familiares”, comenta Camila.
Ela explica que, nos primeiros dias, o efeito pode ser mais forte, pois o indivíduo ainda está condicionado à sua rotina anterior. No entanto, ao contrário do que se imagina, a tendência natural é que a intensidade deste sentimento diminua com o passar do tempo. "Nós somos seres sociáveis, por isso é natural que o isolamento impacte totalmente nossas vidas. No entanto, também somos seres adaptáveis, o que faz com que o passar dos dias amenize essa tensão”, tranquiliza a psicóloga.
Para reduzir o estresse do cenário atual, Camila sugere algumas mudanças no dia a dia e a adoção de hábitos saudáveis tanto para o corpo quanto para a mente. As recomendações vão desde organização de agenda até os cuidados de prevenção de contágio.
6 cuidados para reduzir o mal-estar na quarentena
Converse com alguém todos os dias
Para quem mora sozinho, é fundamental manter contato diário com pessoas próximas. A psicóloga do Hospital São Camilo recomenda estabelecer uma rotina nesse sentido. “Reserve um momento para ligar para amigos ou familiares com quem tem mais contato, mesmo que seja breve.”
Quebre o silêncio
Principalmente para pessoas que estão isoladas sozinhas em casa, é comum sucumbir ao silêncio absoluto. A dica é recorrer à música e à televisão, por exemplo, por algumas horas do dia. “Deixe um som ao fundo enquanto executa atividades. Na hora de escolher programações para assistir, foque em conteúdos leves e mais descontraídos, evitando, inclusive, consumir notícias sobre o vírus por um período do dia.”
Reaproveite o tempo extra (que antes era perdido no trânsito)
Organize o ambiente, coloque em dia algum reparo na casa, separe itens que não usa mais para fazer uma doação no futuro próximo. “Essas são atividades que nos dão sensação de movimento e não nos deixam sentir estagnados em um cenário de incertezas.”
Preencha o dia
Mas nada de se sobrecarregar. “É fundamental respeitar os horários que já costumava seguir. Se achar válido, inicie cursos online ou aulas para aprender um idioma.” Esses recursos podem amenizar os estresses vividos nos dias de quarentena.
Adote medidas de prevenção
Esse ponto pode não estar ligado às questões psicológicas, mas seguir essas orientações ajuda a trazer alívio para o medo. “Um planejamento de estratégias é importante para focar no presente. Com ele, evitamos nos preocupar em demasia com o futuro e minimizamos níveis de ansiedade.”
Não despreze seus sentimentos
Ao avaliar que está vivenciando um episódio depressivo exacerbado, que vem te impedindo de realizar necessidades básicas da vida diária, como higiene pessoal, alimentação e sono, peça auxílio. “Neste cenário da pandemia, muitos profissionais em saúde mental estão realizando atendimento online, o que pode auxiliar bastante neste momento.”
Fonte: Rede de Hospitais São Camilo /máquinacohn&wolfe
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