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No combate ao coronavírus, uma ideia repetida incansavelmente é a importância de uma alimentação balanceada para o fortalecimento do sistema imunológico e, consequentemente, manter a covid-19 bem longe. Entretanto, em tempos de quarentena, crescem as queixas do aumento da vontade de comer e, muitas vezes, o limite é extrapolado.
O isolamento social devido a pandemia cria diversos desafios e, entre eles, está a dificuldade do controle sobre a alimentação. A falta de contato social e a reclusão provocam uma mistura de sentimentos, sendo os fatores emocionais um dos responsáveis pela mudança de hábitos alimentares.
“Isso acontece muito, o aumento da vontade de se alimentar está relacionado à ansiedade, à falta de estímulo por estar isolado”, explica Dr. Daniel Magnoni, consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV) e presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição (IMeN).
Mesmo sem ser regra, para muitas pessoas, a comida funciona como um aconchego e recompensa para dias difíceis. Portanto, em meio à crise epidêmica e o bombardeio de informações recebidas diariamente sobre o coronavírus, o emocional acaba sendo abalado e altera o comportamento alimentar. Nesse cenário, é comum as pessoas exagerarem e a comida tende a ser consumida sem um planejamento.
O fato de estar em casa o tempo inteiro também é um condicionante para a elevação da vontade de comer. Encarar os alimentos dispostos sobre os móveis da cozinha, por exemplo, e saber que existem diversas opções estocadas dentro do armário ajudam no aumento do desejo de “beliscar” mais vezes ao longo do dia, principalmente em tempos que o ócio e tédio pairam sobre os lares brasileiros.
Como controlar?
Segundo Magnoni, não existe nenhum alimento capaz de diminuir a ansiedade e, assim, a persistente vontade de comer. Uma opção é explorar alimentos que saciam mais devagar o estômago como peixes e frutas. “Tentar abusar de alimentos sem calorias, como as folhas. Então, sempre antes da refeição, consumir um prato grande de salada. Além disso, aumentar a hidratação também ajuda. Muito líquido e folhas enche o estômago e diminui a fome”, comenta.
Outras dicas importantes são: planejar e organizar refeições, fazer compras no supermercado de forma consciente, construir uma rotina de lazer e trabalho em casa. Por último, mas não menos importante, está a prática de exercícios. Mover o corpo e fazer atividade físicas e mentais auxilia na atenção às necessidades e, consequentemente, na percepção da sensação de fome e saciedade. “Quando for buscar alguma comida na portaria do prédio, por exemplo, vá e volte de escada”, incentiva Magnoni.
Em dias de exagero, a compensação é uma alternativa “Não dá para ter um dia de exagero e um dia de fome, como jejum intermitente. Abusou? Tenha consciência disso, volte a alimentar-se normalmente e coma alimentos com poucas calorias”, alerta.
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