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Situação de bloqueio atmosférico entre 17 e 23 de julho
Um bloqueio atmosférico deve se estabelecer sobre a América do Sul no começo da segunda quinzena de julho de 2020. Isto vai manter as frentes frias e o ar frio de origem polar afastados do Brasil por alguns dias.
O bloqueio se estabelece no fim de semana dos dias 18 e 19 de julho e deve persistir por cerca de 7 dias. No período de 17 a 23 de julho de 2020, o Brasil vai esquentar e temperaturas acima do usual para julho devem ser observadas, inclusive na Região Sul, que teve dias muito frios na primeira quinzena de julho. Serão dias de calor no inverno.
Embora a secura do ar seja típica desta época do ano, e grande parte do país já esteja sentindo os efeitos de uma massa de ar seco, com a situação de bloqueio atmosférico a tendência é de que os níveis de umidade relativa do ar fiquem de forma mais acentuadamente baixos e por mais tempo.
A maior parte do país já está sem chuva há várias semanas, mas isto é normal para esta época do ano. Com o bloqueio, a chuva para, ou reduz muito até na Região Sul, que teve muita chuva na primeira quinzena de julho.
A situação de bloqueio deve persistir até o dia 23 de julho e a partir daí, a circulação dos ventos começa a mudar novamente e uma frente fria já poderá trazer a chuva de volta para a Região Sul
Alguns efeitos do bloqueio atmosférico
Região Sul
A ar aquece rapidamente e temperaturas acima dos 30°C já devem ser observadas no fim de semana, inclusive no Rio Grande do Sul. O tempo seco vai predominar, mas isto será bom para dar tempo para os rios voltarem ao seu leito normal, pois o estado ainda sente o efeito das enchentes da primeira quinzena do mês.
Para Santa Catarina, a ausência de chuva por alguns dias também será benéfica, pois o estado sofreu muito com os temporais do começo de julho.
Mas para o Paraná, a perspectiva de falta de chuva não é de todo uma boa notícia. a Região de Curitiba precisa de chuva, pois enfrenta problemas de abastecimento. Por outro lado, a colheita do café te, pela frente alguns dias de tranquilidade, sem problemas com o frio intenso e nem chuva.
Foto de Graciela Casanova, Faxinal dos Guedes (SC)
Região Sudeste
As duas frentes frias que passaram pela Região umedeceram apenas o leste do Sudeste (entre o leste de SP, leste de MG e ES, oeste e sul de SP), mas pouca chuva foi observada. O ar polar não teve grande penetração pelo interior da Região.
Sem a perspectiva de passagem de novas frentes frias, toda a Região Sudeste vai ficar mais quente e mais seca. A cidade de São Paulo poderá ter um dos julhos mais secos em quase 40 anos, acumulando menos de 5 mm até o fim do mês.
O risco de expansão de focos de queimadas aumenta. A colheita do café e de cítricos é favorecida.
Episódios de ar mais poluído podem ser esperados especialmente nos grandes centros urbanos.
Região Centro-Oeste
As duas frentes frias da primeira quinzena de julho trouxeram massas de ar frio de origem polar fortes, mas a circulação de ventos na média e alta atmosfera não favoreceu o deslocamento do ar frio pelo interior do Centro-Oeste. Houve um resfriamento forte no centro-sul de MS no começo de julho. Assim, praticamente todo o Centro-Oeste já está seco e quente. Com o estabelecimento do bloqueio atmosférico, esta Região vai ficar ainda mais seca e quente.
Não chover nesta época no Centro-Oeste é normal e não se poderia dizer que este período de bloqueio que está por vir seria uma "anomalia climática". Porém, a intensificação do sistema de alta pressão atmosférica sobre a Região vai ressecar ainda mais o ar. O alerta é para índices de umidade relativa do ar muito baixos, por muitas horas e dias consecutivos, prejudicando a saúde da população. A poeira que fica em suspensão é um fator agravante para problemas respiratórios. A população de todo o CO deve conviver com muitas horas com níveis de umidade em torno dos 20%. O calor aumenta. Cuiabá pode bater o recorde de calor para o ano de 2020 neste período de bloqueio. Fogo de queimadas se alastra com facilidade
Região Norte
O estabelecimento de um forte sistema alta pressão atmosférica sobre o Brasil central terá influência em muitas áreas da Região Norte reduzindo os níveis de umidade no ar e consequentemente as condições para chuva. O AC, RO, o sudeste do Amazonas, o sul do PA e o TO vão sentir mais a influência desta alta pressão e vão ficar mais quentes e secos nos próximos dias. O risco de incêndio tende a aumentar com o crescente ressecamento do solo e da vegetação. Friagens são comuns em julho em estados como Acre e Rondônia e o sul do Amazonas. Mas com a situação de bloqueio, este fenômeno não deve ocorrer pelo menos até o dia 25.
Região Nordeste
Para a Região Nordeste, a situação de bloqueio atmosférico não significa propriamente mais secura e calor. Ao contrário, algumas áreas da Região são beneficiadas com mais umidade.
A borda mais externa do sistema de alta pressão atmosférica que fica centralizado entre o Sudeste, o Sul e o Centro-Oeste do Brasil produz ventos que aumentam a umidade no centro-leste do Nordeste, o que facilita a formação de nebulosidade e a ocorrência de chuva