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Retrospectiva climática de 2020

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14 min de leitura

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O ano de 2020 foi um divisor na história da humanidade por causa da pandemia de coronavírus, mas também um marco na história climática do planeta. A pandemia nos fez repensar formas de viver no planeta Terra.


Os extremos climáticos ajudaram 2020 a ser um ano bastante especial. Segundo cálculos da Organização Meteorológica Mundial, muito provavelmente 2020 ficará entre os três anos mais quentes já observados desde o início dos registros globais, em 1850.

 

Temos uma urgência climática. Incêndios devastaram os quatro cantos do planeta. As queimadas no Pantanal e seus efeitos sobre a flora e a fauna da região chocaram o mundo.

 

O ano de 2020 nos deu um novo recorde para o número de tempestades nomeadas no Atlântico Norte: 30 sistemas foram nomeados e 13 deles viraram furacões. 

Estes foram só alguns dos principais destaques meteorológicos de 2020. 

 

Ao longo de 2020, o podcast O Clima entre Nós ofereceu ao grande público entrevistas com especialistas das mais diversas áreas do conhecimento para mostrar as relações da Meteorologia com a vida do planeta. 

  

No último episódio do ano, os convidados foram os meteorologistas da operação e da previsão de Clima e a equipe de conteúdo da Climatempo para fazer a retrospectiva climática de 2020.

 

Confira o 5 assuntos  mais lembrados pelos meteorologistas e pela equipe de conteúdo da Climatempo no ano de 2020

 

1 - recorde de tempestades nomeadas no Atlântico Norte: 7 citações

2 - Onda de calor setembro/outubro de 2020 e  queimadas no Pantanal: 6 citações

3 - Chuva extrema em Belo Horizonte e ciclone bomba: 4 citações

4 - Neve em agosto: 3 citações

5 - Calor extremo em São Paulo e evento de chuva com vítimas fatais em Santa Catarina, em dezembro de 2020: 2 citações

 

Boa escuta!

 

 

 

 

 

Confira alguns eventos meteorológicos que foram destaque em 2020

 

Janeiro

 

A chuva de janeiro de 2020 castigou especialmente Minas Gerais, Rio De Janeiro e o Espírito Santo. Nunca choveu tanto em Belo Horizonte como em janeiro de 2020

934,7 mm no mês (medição da estação meteorológica convencional de Santo Agostinho)

maior volume de chuva mensal na capital mineira em 110 anos de medições.

184% acima da média para janeiro que é de 329,1 mm (INMET 1981-2010)

 

Fevereiro

 

São Paulo teve o fevereiro mais chuvoso em 77 anos de medições. 

505,7 mm no mês (medição da estação meteorológica convencional no Mirante de Santana)

123,0 mm entre 9 horas do dia 9 e 9 horas de 10 de fevereiro - período de 24 horas mais chuvoso do ano que deixou 160 pontos de alagamento, segundo o CGE - Centro de Gerenciamento de Emergências. 

 

Março

Um mês de excesso de chuva em capitais do Norte, do Nordeste e também no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Por causa do excesso de chuva de março, a capital mineira alcançou a média anual.

 

Foi talvez o março mais chuvoso já registrado em Belém. Repetindo o feito de Belo Horizonte, a capital do Pará acumulou mais de 900 mm no mês

931,1 mm no mês, o dobro da média mensal que é de 450,1 mm (INMET 1981-2010)

 

A cidade do Rio de Janeiro entrou em março de 2020 literalmente debaixo d´água. Choveu mais de 100 mm em 24 horas de forma quase que generalizada sobre a cidade

Confira alguns volumes de chuva excepcionais registados pelo Alerta Rio - Prefeitura do Rio de Janeiro,  entre 16h30 de 29 de fevereiro e 16h30 de 1 de março de 2020

199,2 mm - Santa Cruz

181,8 mm -  Bangu

181,2 mm - Alto da Boa Vista

171,0 mm - Anchieta

157,4 mm - Grota Funda

150,2 mm - Jacarepaguá/Tanque

 

 

Abril

 

Frio polar

Em 2020, as primeiras massas frias de origem polar, com forte intensidade, chegaram ao Brasil no começo de abril.

geou na Campanha Gaúcha, no sul do Rio Grande do Sul - 7/4/2020:

-3,7°C em Urupema/Parque Exposição (medição do Epagri/Ciam) - 8/4/2020

9,4°C em Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul - 9/4/2020 

10,8°C em São Miguel Arcanjo, São Paulo - 10/4/2020

 

 

Pandemia causa redução da poluição

Foi em abril de 2020 que começamos a ver notícias sobre a redução da poluição atmosférica por causa da pandemia. A enorme redução da atividade econômica provocada pela pandemia de coronavírus refletiu numa grande redução dos níveis de poluição na atmosfera. Mas isto teve pouco efeito na redução do aquecimento planetário. O ano de 2020 muito provavelmente vai ficar entre os três anos mais quentes desde o início das medições.

 

Muita chuva em Salvador

Abril de 2020 foi muito chuvoso em Salvador

545,5 mm no mês - segundo abril mais chuvoso em 20 anos, perdendo apenas para os 587,4 mm de abril de 2006

 

Luona no céu

7/4/2020 - uma super lua encantou no céu:  a Lua cheia no perigeu, ponto de menor distância entre a Terra e a Lua, fez com que o satélite natural da Terra aparentasse estar maior do que o normal.

 

Maio

 

O frio de 2020 ocorreu quase todo em maio. O mês terminou com uma forte e grande onda de frio que se espalhou por todas as Regiões do Brasil. A maioria dos recordes de baixa temperatura estabelecidos por esta massa de ar frio de origem polar só foi batido na onda de frio de agosto, que trouxe a neve para a Região Sul. 

Confira alguns valores de temperatura registrados em maio 

 

4,1°C em Curitiba

9,2°C em Campo Grande

9,3°C em Brasília

7,6°C em Goiânia

9,3°C em Belo Horizonte

9,6°C em São Paulo

8,4°C em Florianópolis

15,0°C em Rio Branco

 

 

Junho

 

Muita chuva em São Paulo

A chuva de junho de 2020 sobre a cidade de São merece destaque. Pela climatologia, junho deveria ser um dos meses mais secos do ano,  mas não foi isso que se viu este ano.

 

152,4 mm no mês - cerca de 300 % acima da média climatológica que é de 50,3 mm (INMET 1981-2010) 

 

Ciclone Bomba

O sistema se formou em 30/6/2020. Um ciclone recebe o nome de “ciclone bomba” quando provoca uma queda de 24 hPa em 24 horas ou menos. Isto dá uma y=taxa de queda da pressão do ar de 1 hPa por hora. Essa acentuada e rápida queda da pressão atmosférica gera áreas de temporais.. 

 

O ciclone-bomba do fim de junho de 2020 resultou em uma intensa linha de instabilidade que provocou rajadas de ventos simultâneas de mais de 100 km/h, especialmente em áreas da Região Sul e de Santa Catarina.

 

 

Julho

 

O destaque principal é a chuva e o frio que fez no Rio Grande do Sul. A sucessiva passagem de frentes frias e de áreas de instabilidade provocaram chuva muito volumosa, que resultaram em enchentes e inundações históricas no vale do rio Caí e no vale do rio Taquari. 

298,7 mm - total de chuva e julho em Porto Alegre, o dobro da média

22,0°C em 10/7/2020 - maior temperatura máxima em Porto Alegre na primeira quinzena de julho; quase todas as máximas neste período foram abaixo de 15°C

 

 

 

Agosto

 

Neve no Sul do Brasil

Nevar em agosto não é comum no Brasil, mas isto aconteceu em 2020. Foi o único evento de neve do ano, decorrente de uma enorme e forte massa de ar frio de origem polar que conseguiu chegar ao Brasil fazendo a temperatura despencar. A forte queda da temperatura foi sentida em vários estados do Norte, no  Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul do Brasil. Nevou no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e em Curitiba

21/8/2020 - neva em Curitiba,  o que é considerado uma situação meteorológica rara em qualquer mês.

 

Recorde de velocidade do vento em Santa Catarina

Durante a formação do ciclone-bomba, na virada de junho para julho de 2020 houve o desenvolvimento de uma extensa e muito forte linha de instabilidade (conjunto de nuvens do tipo cumulonimbus, que frequentemente provocam ventania e chuva forte) que foi a responsável pela ventania generalizada que casou destruição no Sul do Brasil. Foi nesta situação que houve o recorde de velocidade do vento em Santa Catarina em Siderópolis

168,8 km/h - entre 5 horas e 6 horas da madrugada de 1/6/2020 (medição do Epagri/Ciram)

 

 

Setembro 

 

São Paulo teve o setembro mais quente em 77 anos, desde 1943

29,3°C - maior média das temperatura máxima para setembro

17,4°C - maior média de temperatura mínima para setembro

 

Calor recorde em São Paulo

37,1°C em 30/9/2020 (INMET - Mirante de Santana/automática)

maior temperatura para um dia de setembro na cidade de São Paulo;

terceira maior temperatura da série histórica das medições do Inmet na capital paulista, que começou em 1943. O recorde de temperatura máxima absoluta para é de 37,8 °C, em 17/10/2014

 

Fumaça do Pantanal chega ao Sudeste do Brasil

Em meados de setembro de 2020, a passagem de uma frente fria ajudou a trazer parte da fumaça das queimadas da Bolívia e do Centro-Oeste do Brasil, inclusive do Pantanal, para áreas do Paraná, de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O cheiro de fumaça no ar pode ser sentido na cidade de São Paulo.

 

Outubro

A onda de calor entre o fim de setembro e começo de outubro de 2020 reescreveu climatologia de temperaturas no país. Daqui para frente quando falarmos em temperaturas extremas o mínimo é de 44°C. 

 

Calor demais em São Paulo 

37,4 °C em 2/10/2020, a segunda maior temperatura na capital paulista em 77 anos de medições

 

Fogo de recorde no Pantanal

O Pantanal registrou 2.856 focos de incêndio em outubro, o maior número já registrado na história, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas espaciais

 

Tempestade subtropical Mani

25/10/2020 - Uma tempestade subtropical se formou na costa do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A Marinha do Brasil batizou o sistema de Mani e esta foi a 10ª tempestade subtropical a ser nomeada em águas oceânicas brasileiras

 

 

Novembro

Chuva atípica no extremo norte do  Brasil

Foi um mês atípico em relação à chuva em capitais do Norte do Brasil, quando algumas deles normalmente têm pouquíssima chuva em novembro

Macapá (AP): 188,0 mm - quase três vezes mais do que a média normal

Belém (PA): 502,1 mm - quase quatro vezes mais do que a média do mês

Boa Vista (RR): 175,0 mm - quase 3 vezes acima da média

Manaus (AM): 469,6 mm - quase 3 vezes acima da média

 

Recorde de tempestades nomeadas no Atlântico Norte

A água do Atlântico Norte ficou muito quente em 2020 e o resultado foi uma explosão de ciclones tropicais. O ano de 2020 bateu o recorde de tempestades que ficaram fortes o suficiente para serem nomeadas. O recorde foi tirado do ano de 2005, quando ocorreu o furacão Katrina. Mesmo assim, 2005 ainda detém o maior número de furacões em uma mesma temporada.

 

Calor extremo

Após a onda de calor, Nova Maringá, em Mato Grosso, registrou o que provavelmente foi a mais alta temperatura já registrada no Brasil nas estações do INMET. 

44,8°C - 4 e 5 de novembro de 2020 (este valor é extra oficial)

 

Aquecimento global

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o planeta Terra teve o novembro mais quente desde o início dos registros, em 1850

 

Dezembro

Eventos astronômicos especiais

11/12/2020 - Eclipse solar visto apenas na América do Sul

21/12/2020 - Maior aproximação entre Júpiter e Saturno, o que não ocorria a 397 anos;

 

Chuva fatal em Santa Catarina

Entre 16 e 17/12/2020, o grande volume de chuva que caiu sobre o Vale do Itajaí causou deslizamentos de terra de grandes proporções e enxurradas, que deixaram um cenário de grave destruição. Doze 12 pessoas morreram, sendo 11 em uma mesma cidade

 

Tempestade subtropical Oquira

28/12/2020 - Uma tempestade subtropical se formou na costa do Rio Grande do Sul, o que não é comum nesta época. A Marinha do Brasil batizou o sistema de Oquira e foi a 11ª tempestade subtropical a ser nomeada em águas oceânicas brasileiras

 

 

 

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