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Sistema Cantareira opera em atenção desde meados de janeiro

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Sistema Cantareira

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Depois do quarto abril mais seco em 21 anos, perspectiva de chuva até o fim de maio não é animadora. Inverno trará mais reduções no armazenamento. Confira a análise sobre o sistema Cantareira desde o início do ano. Junto com o sistema São Lourenço, ele é responsável pelo abastecimento de água de toda a Grande São Paulo e de outros municípios próximos.

 

Situação de atenção desde meados de janeiro

 

O sistema Cantareira opera em estado de “atenção” desde o dia 15 de janeiro de 2021. Isto significa que o nível de armazenamento tem estado entre 40% e 59%. Nesta situação, a  captação de água passa a ser de 31 metros cúbicos por segundo. No começo da manhã de 17 de maio de 2021, o Cantareira estava com 49,0% de armazenamento útil, pela medição da SABESP - .Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Este está sendo o menor valor armazenado no Cantareira desde 07 de março de 2021, quando registrou 49,3%.

 

O maior porcentual de armazenamento do Cantareira neste ano, até agora, foi de 52,8% entre os dias 30 de março e 1 de abril, sendo o maior nível de armazenamento no Cantareira desde 28 de julho de 2020, quando estava em 52,9%. Em 30 dias, de 17 de abril até 17 de maio de 2021 houve uma queda de 2,7% no nível do sistema Cantareira.

 

Por que choveu tão pouco em abril de 2021?

 

Em abril choveu pouco na região do Cantareira. Foram 9 mm, sendo que a média Climatológica de chuva para o mês é de 83,1 mm, pouco mais de 10% da chuva normal para abril

.

Em 21 anos, desde o ano 2000, este está sendo quarto ano com um abril muito seco, com menos de 10 mm acumulados. Em abril de 2020 choveu apenas 2,2 mm sobre o Cantareira. Em 2016, a chuva acumulada em abril foi de 4,4 mm e no ano 2000 foi de 8,7 mm.. A última vez que o Cantareira teve um abril com chuva volumosa foi em 2019, quando choveu 152,2 mm, o que corresponde a 83,3% acima da climatologia para abril. 

 

Em abril de 2019, o clima no Brasil teve a influência do El Niño. Já o verão de 2021 foi marcado pelo fenômeno La Niña, que atuou negativamente sobre a chuva. A falta de água afetou diversos setores como a agricultura, o fornecimento de energia e o abastecimento de água para as populações.. 

 

Por curiosidade, em março choveu 152,3mm sobre o sistema Cantareira e foi o março com o maior volume de chuva dos últimos 2 anos. Entretanto, a chuva de março ainda ficou 13,6% abaixo da média climatológica, que é de 176,2mm.

 

Chuva de maio de 2021

 

Agora, neste mês de maio, choveu apenas 20,5mm no sistema Cantareira até o começo da manhã do dia 17, segundo a medição da Sabesp. Este valor ainda está abaixo da climatologia para maio que é de 77,4mm. Em maio de 2020 choveu menos ainda e foram acumulados apenas 11,8mm nos 31 dias do mês.

 

Nos cinco primeiros meses de 2021, o Cantareira já acumulou 545,0 mm. Já a soma dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio de 2020, ano passado, acumulou mais volume de chuva, 631,4 mm.

 

Volume de captação depende do armazenamento

 

Desde a crise hídrica de 2014/2015, a captação de água no sistema Cantareira passou a ser feita com restrições e depende do armazenamento observado. O sistema São Lourenço, que hoje divide com o Cantareira o abastecimento da Grande São Paulo e de outros municípios próximos, foi construído justamente nesta crise hídrica, para impedir que ocorram novamente situações extremas como as que tivemos em 2014/2015, quando foi usado a reserva técnica do reservatório chamada de volume morto.

 

É importante lembrar, que quando o volume de água do Cantareira é igual ou maior que 60%, isso caracteriza um nível normal pela Sabesp, onde a captação de água passa a ser de 33 m³/s ou 33 mil litros por segundo. Se o volume ficar entre 40% e 59%, como estamos agora, o reservatório entra na faixa de atenção, onde a captação de água passa para os 31 m³/s. Já se o volume oscilar entre 30 e 39%, o sistema vai para alerta, o que faz a captação de água baixar para 27 m³/s. 

 

Quando o volume de armazenamento varia entre 20 e 29%, a faixa é de restrição e a captação é de 23 metros cúbicos por segundo. Por fim, quando o nível de armazenamento do sistema fica abaixo dos 20%, a faixa é especial, com captação de 15,5 metros cúbicos por segundo.

 

Além disso, salienta-se que a reserva técnica começou a ser prejudicada no começo de abril de 2013, quando o reservatório foi esvaziando lentamente, entretanto o volume útil se esgotou no início de julho de 2014 e saiu do volume morto nos primeiros dias de janeiro de 2016, segundo estudos da USP e UNESP.

 

Tendência da chuva

 

Há previsão de chuva sobre o sistema Cantareira ainda este mês, com acumulado de até 30mm. Mas estamos numa época de transição entre o outono e o inverno e é normal termos vários dias consecutivos sem ocorrência de chuva. As precipitações desta época na região das bacias hidrográficas que compõem o sistema Cantareira são fortemente dependentes da passagem de frentes frias.

 

O predomínio de ar seco é comum até a chegada da primavera. Consequentemente nos próximos meses teremos novas reduções do nível do sistema Cantareira até o retorno da chuva. A ordem agora, mais do que nunca, é fechar a torneira, economizar!

 

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