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Terminado o final de julho, o padrão de crista, região que traz subsidência dos ventos (de cima para baixo), mais uma área de alta pressão atmosférica e um bloqueio resultaram em temperaturas extremas e elevadas na parte da Europa, em partes do Mediterrâneo e na península dos Bálcãs. Isso tudo ajudou a formar a redoma de calor, ou cúpula de calor, que normalmente traz temperaturas muito altas e bem acima da média.
Essa redoma de calor (cúpula de calor) se dá quando uma área de alta pressão atmosférica fica parada por um longo tempo em uma grande parte do continente e permanece lá por dias ou até semanas. Funcionando assim, como uma tampa em uma panela, prendendo uma massa de ar muito quente por baixo.
A cúpula de calor resulta em uma massa de ar estável e persistente que começa a se acumular dentro da tampa e desenvolve a onda de calor, muitas vezes muito intensa e duradoura, o que traz uma consequência de ondas de calor, que pode resultar até em mortes.
As temperaturas observadas durante uma onda de calor são normalmente bem acima do normal e muitas vezes quebram os recordes existentes. Isso já ocorreu no Brasil no ano passado e nos Estados Unidos e no Canadá recentemente, nos últimos meses.
Calor intenso!
No sudeste da Europa o calor continua neste início de Agosto. A temperatura mais alta no sábado (31/07) foi registrada na cidade de Arfara Messinia, na Grécia, com 44,6°C.
Várias outras estações do país também ultrapassaram os 42°C. Nesse dia também foram registrados 43,5°C em Petrokefali Moiron, 43,4 °C em Sparti, 43,3°C em Siva Heraklion, e 43,1°C em Thiva, na Grécia.
Também houve destaque na temperatura mínima na Grécia, no sábado, 31 de julho. A Ilha de Kalymnos registrou notáveis 34,3°C, a temperatura mínima mais alta já registrada na Europa durante o mês de julho. Esta é também a segunda temperatura mínima geral mais alta após os 36,0°C registrados em Palermo, Sicília, na Itália em junho de 2007.
Novos recordes de temperatura
Mais recordes podem ser quebrados durante o pico da onda de calor, nessa primeira semana de agosto, entre esta segunda (02) e quinta-feira (05). Devendo ficar entre 10 a 15°C acima do normal, principalmente sobre a Grécia, onde as temperaturas podem chegar aos 46 e 47°C.
Ondas de calor fortes e intensas não são incomuns na Europa, teve o calor histórico na Europa Ocidental em 2019 e semelhante ao de 2020.
Confira abaixo o registro de maiores temperaturas
A última vez que fez tanto calor na Grécia foi em meados de julho de 2017, quando Heraklion atingiu a temperatura de 45,9°C. Esta foi a temperatura mais alta registrada na Grécia desde 2004.
A temperatura mais alta de todos os tempos na Grécia é 48,0°C, registrada em duas cidades, Atenas e Elefsina, há mais de 40 anos, em 10 de julho de 1977. E a Grécia também é campeã de temperaturas mais altas na Europa.
Portugal detém o 2º maior recorde da Europa com 47,4°C de Amareleja, Beja, em 1 de agosto de 2003 enquanto Montoro, Córdoba (na Espanha) está apenas um pouco atrás, segurando o 3º lugar com 47,3°C observada em 13 de julho de 2017.
Foggia, na Apúlia, é o detentor do recorde italiano de temperatura, com 47,0°C, foi estabelecido em 25 de julho de 2007. As cidades de Mostar, Bósnia e Herzegovina e Nicósia, Chipre dividem o 5º lugar com 46,2°C, registrado em 31 de julho de 1901 e 4 de setembro de 2020, respectivamente.
Os outros países do sul da península dos Balcãs (Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Kosovo, Montenegro, Macedônia do Norte, Moldávia, Romênia, Bulgária, Albânia, Grécia e a parte europeia da Turquia) têm os seguintes registros.
A cidade de Demir Kapija, da Macedônia do Norte, teve a temperatura recorde de 45,7°C em 24 de julho de 2007, enquanto Sadovo, na província de Plovdiv, na Bulgária, atingiu o pico de 45,2°C no mesmo dia.
Atenção! A onda de calor extrema já deu início a vários incêndios florestais em partes dos Bálcãs, da Itália e da Turquia recentemente.
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