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Foto: Chuva de meteoros Perseidas em10 de agosto de 2021, em Spruce Knob, West Virginia - NASA/Bill Ingalls(Fotos Públicas)
Chuva de meteoros é popularmente conhecida como “estrelas cadentes” e estão associadas com a interação da atmosfera terrestre com o material deixado pela passagem de cometas. Quando a Terra passa pela nuvem de detritos de um cometa, partículas de gelo e poeira queimam ao entrar em contato com a atmosfera terrestre e dão origem aos corpos luminosos que vemos riscando o céu.
As chuvas de meteoros acontecem todos os anos e cada uma tem um época certa para ser visualizada. Elas são batizadas com o nome da constelação de onde parecem estar saindo, "nascendo". Algumas chuvas de meteoros famosas: Geminides (constelação de Gêmeos), Perseidas (constelação de Perseus), Leônidas (constelação do Leão). Cada chuva de meteoros é causada pela nuvem de detritos de um cometa diferente.
Cada chuva de meteoros produz uma certa quantidade de elementos luminosos por hora, que varia durante o período do ano mais propício para a observação e também de um ano para outro. Então, pela taxa horária de meteoros, algumas chuvas de meteoros são mais fáceis de visualizar do que outras.
A olho nu
Para ver “estrelas cadentes” não precisa de telescópio, nem binóculo e nem luneta. Elas devem ser observadas a olho nu. O ideal é ir para um lugar bem escuro, deitar no chão e ficar curtindo os rastros luminosos rasgando o céu e, claro, fazendo pedidos. Porém, o “show” depende das condições meteorológicas, do hemisfério onde se está, da hora da noite, e do que os astrônomos chamam de “poluição luminosa”.
Poluição luminosa: excesso de luz artificial que prejudica a observação do céu noturno. Toda a iluminação de uma cidade, por exemplo, é considerada poluição luminosa. Alguns objetos celestes são tão brilhantes, que podem ser apreciados com ou sem poluição luminosa. Mas de forma geral, quanto menos luz artificial tiver em um lugar, melhor será a observação do céu noturno.
Foto: chuva de meteros Perseidas - NASA_Bill Ingalls
Chuva de meteoros Perseidas
Agosto é o mês da maior atividade da chuva de meteoros Perseidas, o que permite um tempo mais longo e facilidade de observação no céu. Ela é causada pela passagem da Terra na nuvem de dejetos do cometa Swift-Tuttle, que orbita o Sol uma vez a cada 133 anos. A maioria dos detritos de gelo e poeira da nuvem do cometa tem mais de 1.000 anos.
Vai dar para ver no Brasil?
A chuva de meteoros Perseidas é característica do Hemisfério Norte, onde se tem plena visualização e por muitas horas. É por isso que a observação da Perseidas é muito restrita no Brasil.
As regiões que terão plena visualização da chuva de meteoros Perseidas no Brasil não as áreas no extremo norte do país, próximas da linha do Equador. Os estados de Roraima e Amapá, por estarem quase que totalmente no Hemisfério Norte, serão os privilegiados para ver a Perseidas.
O mapa abaixo dá uma ideia aproximada das faixas de visualização da chuva de meteoros Perseidas no Brasil, nos dias 12 e 13 de agosto de 2021
Chuva de meteoros Perseidas: visualização esquemática no Brasil em 12 e 13 de agosto de 2021
Para ver as estrelas cadentes é preciso ficar olhando para o horizonte norte, preferencialmente em um local sem ou com pouca poluição luminosa e que não tenha grandes obstáculos neste horizonte, como montanhas. O melhor horário será por volta das 4 horas da madrugada dos dias 12 e 13 de agosto.
Outros estados do Norte e do Nordeste, que estão na faixa norte do país, também terão boa visualização, se as nuvens deixarem. Neste caso estão o centro-norte do Amazonas, o centro-norte do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Tocantins, por exemplo. A hora de melhor apreciação será por volta das 4 horas da madrugada dos dias 12 e 13 de agosto.
Estados do Sudeste e Centro-Oeste
De forma geral, quanto mais distante da linha do equador terrestre, menor a chance e menor o tempo para apreciar a chuva de meteoros Perseidas. Assim, no caso das regiões Centro-Oeste e Sudeste, as áreas com maior chance de visualização serão as mais próximas dos estados do Norte e do Nordeste. Um exemplo: Brasília e Vitória têm uma posição muito mais favorável para ver a Perseidas do que o Rio De Janeiro, São Paulo ou Campo Grande.
Estados da Região Sul
Os estados da Região Sul, por serem os mais distantes da linha do equador, por estarem mais ao sul, terão pouca ou nenhuma condição de visualização. Para esta área geográfica, a chuva de meteoros Perseidas estará muito “baixa”, muito próxima da linha do horizonte, e dentro da região de maior poluição luminosa. Além disso, o tempo de observação será muito menor do que os dos estados do extremo norte do Brasil
Entenda com um astrônomo
No vídeo abaixo, a partir do minuto 50, mais ou menos, você poderá acompanhar uma explicação didática do professor Marcos Calil, passo a passo, da observação da chuva de meteoros Perseidas de Norte ao Sul do Brasil. Dá para entender claramente porque Roraima e Amapá serão os melhores locais do Brasil para ver esta chuva de meteoros e porque o Sul não poderá ver.
Bons céus, como diz o professor calil!