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Reunião em Milão, na Itália, acontece na véspera da última conferência ministerial, antecedendo a Cúpula do Clima. O secretário-geral cita “impaciência da sociedade” por iniciativas mais robustas; Glasgow juntará lideranças de todo o mundo.
Nesta quinta-feira, 30 de setembro, começou a última reunião ministerial antes da Cúpula do Clima, COP-26. O evento em Milão, na Itália, conta com a participação de representantes de 40 países, e é considerado a última oportunidade de encontros multilaterais formais.
Durante a pré-COP, como é conhecida a reunião, ministros devem discutir aspectos políticos centrais das negociações que serão abordadas em novembro em Glasgow, na Escócia.
Ministros
No primeiro dia, a abertura foi feita pelo Ministério italiano de Transição Ecológica e representantes da ONU. A agenda segue com discussões sobre proteção das comunidades e habitats naturais, finanças sustentáveis e transparência.
Uma sessão plenária sobre o "pacote COP-26" será realizada no fechamento do encontro que será marcado pela aprovação das observações finais.
Pressão
Falando da relevância do evento, o secretário-geral da ONU voltou a reforçar que ações robustas precisam ser implementadas. Ele lembrou que o financiamento solicitado para mitigar as mudanças climáticas ainda não foi alcançado.
De acordo com António Guterres, faltam 20% do valor do orçamento previsto de US$ 100 bilhões. Ele afirma que a participação de economias desenvolvidas é fundamental, já que estas são responsáveis por cerca de 80% das emissões.
Além disso, o líder das Nações Unidas agradeceu os esforçou de diversas nações, mas destacou que com os compromissos atuais, a elevação da temperatura pode chegar em 2,7 graus Celsius e ter consequências catastróficas.
Compromissos
Ao citar o Acordo de Paris, Guterres afirma que o mundo está longe de atingir as ambições traçadas. O chefe das Nações Unidas falou sobre os avanços alcançados em algumas áreas, citando o recente compromisso da China em acabar com o financiamento internacional de usinas a carvão.
No entanto, o secretário-geral pediu que mais partes concordem com o banimento do carvão como fonte de energia fazendo a transição para meios renováveis.
Guterres lembrou que os integrantes da pré-Cúpula do Clima possuem grande poder para “salvar ou condenar o futuro da humanidade”.
Jovens
Às vésperas do encontro de ministros, a presidência da Cúpula do Clima organizou um evento dedicado aos jovens, entre os dias 28 e 30 de setembro. Cerca de 400 participantes, entre 15 e 29 anos, foram convidados ao evento.
A seleção foi baseada no ativismo sobre assuntos climáticos e desenvolvimento sustentável. Entre os países lusófonos, Jano Té foi o primeiro cidadão da Guiné-Bissau a participar.
Na ocasião, o secretário-geral da ONU encorajou a participação do grupo, reforçando que é “necessário que a juventude de todos os lugares siga ampliando suas vozes”.
Guterres afirmou que os “jovens estão na vanguarda, apresentando soluções positivas, defendendo a justiça climática e pressionando líderes a prestarem contas”