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Semanas de chuvas intensas levam comunidade humanitária a mobilizar apoio urgente; pessoas chegam a caminhar uma semana buscando abrigo; mulheres, crianças e idosos estão sobre árvores sem poder passar para um local mais seguro.
O Sudão do Sul tem mais de 700 mil pessoas afetadas pelas piores inundações em décadas. A situação de crise humanitária pode afetar as estações de plantio e rebanhos de gado até o próximo ano.
A Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, expressou alarme com as necessidades dos mais vulneráveis, num momento em que as populações estão expostas à tripla ameaça do conflito, da Covid-19 e da fome.
Emergência
A entidade das Nações Unidas faz parte da comunidade humanitária que mobiliza apoio internacional urgente para garantir artigos de higiene, alimentos, abrigo de emergência e lanternas.
As fortes chuvas que caem há várias semanas arrasaram casas e inundaram campos agrícolas no mais novo país do mundo. Diversas famílias que fugiram tentaram levar o gado na caminhada em direção a terrenos mais elevados e cidades vizinhas.
No estado do Alto Nilo, pelo menos mil pessoas disseram ter andado a pé durante sete dias para chegar à cidade de Malakal. Mulheres, crianças e idosos chegaram exaustos e contaram que estavam sem comer há dias.
Várias vítimas estão abandonadas em ilhas cercadas por água, abrigadas em cima de árvores e incapazes de cruzar para um local seguro. Aumenta ainda o risco de infecções por doenças fatais transmitidas pela água.
Tempestades
Enxurradas e tempestades sem precedentes são efeitos da emergência climática na África Oriental. A situação coloca comunidades na incerteza quanto à temporada de chuvas, ou ainda do Clima mais quente e seco.
Nos quatro estados mais afetados, os habitantes disseram não observar inundações desta dimensão desde 1962. Outras sofrem consequências de três anos de cheias consecutivas que limitaram a capacidade de sobrevivência.
As previsões apontam que as atuais chuvas no Sudão do Sul continuarão até o fim do ano, estimando-se que haja um aumento de pessoas que precisam de assistência humanitária.
O governo sul-sudanês já alocou US$ 10 milhões para apoiar a resposta às inundações. Autoridades locais também ajudam na construção de diques, na instalação de sistemas para bombear as águas e no seu desvio por meio de canais.
Fonte: ONU News