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Foto: Istock - Índia
A monção da Índia acontece principalmente de junho a setembro, no verão do Hemisfério Norte. A mudança da direção dos ventos sobre a Índia favorece a formação de nuvens de chuva. Esta circulação de ventos é fraca em anos de El Niño, mas o La Niña, como ocorre em 2021, traz mais chuva para o período da monção na Índia.
Além disso, a monção registra uma mudança da posição Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e está relacionado também com a fonte de calor, que ajuda a formar as áreas de instabilidade sobre o país.
Durante a monção da Índia, geralmente uma baixa pressão atmosférica permanece sobre a Ásia e sua circulação de ventos leva umidade do mar para o continente. Isso ocorre devido ao contraste de temperaturas e os ventos seguem em direção à região mais quente.
Oscilações atmosféricas que atuam sobre a Índia
O período de chuva de monção na Índia vai de junho a setembro. Mas ao longo da estação, e também no decorrer do ano, temos a influência das condições atmosféricas e oceânicas, favoráveis e desfavoráveis à chuva, como a oscilação intrasazonal tropical, como a Oscilação Madden-Julian(MJO).
Outro componente, que é analisado na região, é a oscilação Intrasazonal do Verão Boreal (no Hemisfério Norte - BSISO - Boreal Summer Intraseasonal Oscillation). Essa oscilação controla a formação de baixas pressões atmosféricas e seus ciclos na monção da Índia. Ou seja, as baixas pressões conseguem se formar sobre a baía de Bengala e regiões costeiras próximas da Índia, independentes das fases da BSIO e da Oscilação Madden Julian (MJO), mas dependendo das suas fases elas ganham mais intensidade, ou podem ser suprimidas.
Quando a BSISO estão entre as fases 4 e 5, as instabilidades atuam com mais força sobre a Índia e o continente marítimo. Já a Oscilação Madden-Julian (MJO) ocorre nas fases 3 e 4, que trazem muita chuva sobre a Índia. A fase 2 traz mais chuva para o extremo sul do país e sobre as regiões marítimas ao sul do país.
Nas fases 1 e 2 da MJO, as baixas pressões que se formam são mais curtas e não tão penetrantes, ou de vida longa sobre a região, como quando ocorrem as fases 4 e 5. Já as fases da BSISO, que deixa a baixa pressão na região mais persistente, ocorrem nas fazes de número 4 a 7.
O que ocorreu durante a monção de 2021 e na pós monção?
Em agosto de 2021 a MJO estava na fase 2, que fica sobre o Oceano Índico, o que impediu que a baixa pressão atmosférica atuasse por mais tempo. Nessa fase, as baixas pressões são de curta duração e não penetram muito sobre o interior do país. Em setembro, a MJO permaneceu entre as fases 3 e 4, o que aumentou a frequência de baixas pressões atmosféricas de longa duração.
Já a fase ativa da BSISO ficou bastante tempo nas fases 1,2 e 3 (onde a instabilidades ficam mais ativas nas áreas do oeste do Pacífico Norte e em Sri Lanka) na primeira quinzena de agosto. Isto desfavoreceu a formação de áreas de baixa pressão atmosférica sobre a região da Índia. Depois desse período, vieram as fases de 5 a 8, no final de agosto e no decorrer de setembro, aumentando a atividade de áreas de baixa pressão atmosférica.
Assim, o desempenho e a grande quantidade de chuva das monções em setembro teve a influência de oscilações de Madden Julian (MJO) e a oscilação intrasazonal de verão boreal (BSIO).
Curiosidade
A oscilação intrasazonal do verão boreal (BSISO), começou forte na fase 6, em torno do dia 14 de outubro, mas ao longo dos dias de chuva ficou com fraca intensidade, entre as fases 6,5 e 1. Nas fases 5 e 6 surgem mais áreas de baixa pressão, até de longa duração, na faixa norte do país. A fase Oscilação Madden Julian(MJO) neste período era fraca também.
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