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O fenômeno La Niña se reestabeleceu na primavera de 2021 e continua ativo durante o verão de 2022. Em janeiro de 2022, o La Niña ajudará manter a chuva acima da média sobre o centro-norte do país e abaixo da média em parte da Região Sul.
Confira os tipos de La Niña e seus impactos!
O mês começa a formação de um novo evento da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), mas desta vez com eixo posicionado sobre as áreas centrais do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, favorecendo chuva mais frequente e volumosa sobre Minas Gerais, Rio De Janeiro, parte de São Paulo, Goiás, Distrito Federal.
Com o La Niña estabelecido, o Sul do país permanece com chuva irregular. Nas demais Regiões, a chuva deve ser regular e volumosa, com acumulados acima da média histórica.
O episódio 100 do podcast O Clima entre Nós discute o clima no Brasil em janeiro de 2022. Os meteorologistas da Climatempo Josélia Pegorim e Celso Oliveira analisam os impactos da ZCAS e do La Niña ao longo do mês.
Todos os episódios do podcast O Clima entre Nós podem ser escutados no site da Climatempo e nas principais plataformas de áudios. Você pode também ver os videocasts no canal da Climatempo no Youtube.
Boa escuta!
Previsão regional
Confira abaixo a tendência completa do clima em janeiro de 2022, para cada Região do Brasil.
Região Sul
Com o La Niña dominando os padrões atmosféricos, a chuva deve continuar irregular no Sul do país. Ao longo das semanas, a chuva aumenta de intensidade, com a segunda quinzena sendo de chuva um pouco mais frequente em grande parte da Região. Os acumulados devem ficar ligeiramente acima da média no Paraná e abaixo da média nas demais áreas do Sul do Brasil. Faz bastante calor, especialmente no Rio Grande do Sul e no interior de Santa Catarina e do Paraná.
Com o aumento da chuva no Sul entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro, parte das culturas pode ter um alívio, principalmente quem plantou mais tarde.
Região Sudeste
Os fluxos de umidade vão migrar lentamente para as áreas mais ao sul da Região. Por isso, a chuva deve ser frequente e volumosa em grande parte dos estados. Apenas o norte de Minas Gerais deve ter diminuição da chuva ao longo do mês. Os acumulados mensais vão ficar acima da média nos quatro estados. A temperatura deve ficar um pouco acima da média, mas o calor acontece apenas em períodos curtos de 3 a 4 dias.
A chuva também será mais frequente sobre o litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro, com risco de ocorrência de raios e tempestades. Em Minas Gerais e no norte do Rio de Janeiro há risco para cabeça da água por conta da chuva volumosa e persistente.
Região Centro-Oeste
A frequente formação de corredores de umidade mantém o tempo chuvoso em grande do Centro-Oeste neste mês de janeiro. A chuva acontece de forma regular e frequente em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal. Em Mato Grosso do Sul a frequência dos eventos de chuva aumenta o longo do mês e a segunda quinzena de janeiro promete ser bastante chuvosa, o que pode atrasar a colheita e prejudicar áreas produtoras.
O total pluviométrico deve ficar acima da média a maior parte da Região. A temperatura deve ficar um pouco abaixo da média devido a persistência de dias com chuva.
Região Nordeste
O mês de janeiro será marcado por chuva acima da média no Nordeste do Brasil. Nota-se uma aproximação precoce da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) no início de 2022, em decorrência da temperatura do Atlântico Norte mais elevada que o normal na costa.
A Bahia continua com previsão de chuva acima da média para janeiro. Teremos alguns eventos de chuva forte ao longo do mês, mas o pior da chuva já passou.
Até áreas no leste da Região, que costumam ser normalmente secas em janeiro, terão chuva acima da média histórica. O calor será mais intenso que o normal entre o Rio Grande do Norte e Alagoas. Por outro lado, a temperatura ficará próxima ou até um pouco abaixo da média histórica no Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia.
Região Norte
Chuva acima da média sobre a maioria das áreas da Região, com maiores desvios sobre o Tocantins, Pará e Amapá. A ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) se aproxima do Brasil antes do normal, já no início de 2022. O calor será menos intenso que o normal, especialmente na região de Manaus e no oeste do Pará.
As temperaturas do Oceano Pacífico estão abaixo da média climatológica. O bolsão de águas mais frias do que a média tem extensão e intensidade o suficiente para ser caracterizado como um novo evento de La Niña. A água está mais fria do que o normal também em profundidade, o que dá suporte para manutenção deste La Niña até o final do verão de 2022.
Confira abaixo o mapa de chuva para janeiro de 2022