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O índice de queimadas aumentou no país entre 1 de janeiro até a última terça-feira, 19 de abril. O Brasil já soma 6.554 focos de queimadas segundo o satélite de referência do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Este valor está 22% abaixo se comparado com ao mesmo período no ano passado, quando já haviam 8.438 focos.
Dos dados atuais, 35,4% dos focos encontram-se no bioma do Pantanal, enquanto 34,1% estão no Cerrado. Em terceiro lugar, o bioma mais afetado é a Mata Atlântica, com 17,2%. Dentre os estados nacionais, Mato Grosso lidera em número de queimadas com 1.619 focos, ou seja, 24% do total nacional.
Foto: Getty Images
A cidade com maior número de focos de queimada até o momento é Corumbá-MS, com mais de 110 focos. No entanto, o dado mais impressionante é o aumento no número de queimadas no Rio Grande do Sul, saltando de 268 focos em 2021 para 384 focos em 2022, um aumento de 43%.
Esse fato está ligado com a estiagem que o Sul do país, mas sobretudo a estiagem que o Rio Grande do Sul vem enfrentando desde a primavera passada. No mapa abaixo é possível observar que durante o verão choveu cerca de 200 a 300 mm abaixo do que normalmente chove em áreas da fronteira oeste, centro e nordeste gaúcho. Esse verão foi marcado por recordes de calor, como o caso de Uruguaiana, com seus 42,9 °C em fevereiro deste ano.
Mapa de anomalia de precipitação
A falta de chuva deixa o solo mais seco e propício ao surgimento de focos de incêndio. No estado do Rio Grande do Sul está falta de chuva está diretamente ligada ao fenômeno La Niña, com seu ápice no verão, mas persistindo desde a primavera.
Veja mais sobre os tipos de La Niña
Outro dado interessante sobre as queimadas é o aumento no número de focos sobre nossos vizinhos, com destaque para a Argentina, que teve um aumento no número de queimadas em 368% se comparado com 2021. Esse é o maior número de focos de queimadas já observados no país desde o começo do monitoramento, em 2016. Neste ano de 2022, entre 1 de janeiro e 19 de abril, foram 12.406 focos no país, contra 2.648 em 2021.
A relação é a mesma, a falta de chuva que castigou o Sul brasileiro também secou a Argentina, Paraguai e Uruguai. A La Niña está relacionada com a diminuição das chuvas nestas áreas e consequentemente, solo com baixa capacidade hídrica e mais propício para o surgimento de novos focos.