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Na atualização mais recente, de 12 de maio de 2022, a previsão probabilística do CPC/IRI indicou que o oceano Pacífico equatorial continua mais frio que o normal e que o fenômeno La Niña permanece. A chance é cada vez maior de o evento, que envolve o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, avançar por todo o ano de 2022 e alcançar o início de 2023, como já indicado no seu último trimestre móvel (Dezembro-Janeiro-Fevereiro).
Fonte: CPC/ IRI
Para a próxima estação, inverno no Hemisfério Sul (Junho-Julho-Agosto), a La Niña até enfraquece: sua probabilidade cai para 69%, como mostra a nova atualização probabilística do CPC/IRI. Enquanto isso, a neutralidade abrange os outros 31%. Em Julho-Agosto-Setembro, a previsão cai para 59% de chances de La Niña, e 39% de neutralidade.
Essa breve diminuição nas chances de La Niña, mas manutenção do viés negativo no comportamento da temperatura, favorece a entrada de massas de ar polares mais intensas no Centro e Sul do Brasil, elevando a probabilidade de entrada de massas de ar continentais no Centro-Oeste e Sudeste. Essa breve diminuição do La Niña também favorece o alcance dos sistemas frontais com maior amplitude e o aumento de umidade em áreas do Sudeste e Mato Grosso do Sul, por exemplo.
Como chove pouco nesta época do ano, a entrada destes sistemas, como as frentes frias, pode deixar a chuva mais próxima da média, ou até mesmo acima, em uma área pequena. Vale lembrar que, como a média de chuva é baixa, isso não significa que deverá chover muito ao longo da estação.
A postergação do La Niña não é uma novidade no atual cenário, já que o Oceano Pacífico vem se apresentando por longos períodos de águas frias bem mais frequentes que de águas quentes. A fase fria começou no início dos anos 2000 e ainda não tem uma data específica para terminar. Este fenômeno é chamado de Oscilação Interdecadal do Pacífico (ODP).
Tendência
Para 2022, as simulações passaram a responder ao sinal com a previsão de chuva abaixo da média a partir do Centro e Sul do Brasil. Em junho, a chuva acima da média ficará restrita apenas à Região Norte e à costa do Nordeste e irá enfraquecer desde o sul de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.
Mapa - anomalia de precipitação mensal - Junho 2022
Em julho, uma boa parte do Norte e Nordeste terá precipitação dentro da média e acima da média na costa do Nordeste e extremo norte do Amazonas. O Centro e Sul do Brasil irão permanecer sob menos chuva e viés negativo de precipitação. Neste inverno, também deverão surgir novas ondas de frio intensas com queda acentuada da temperatura e geadas mais amplas no Sul do país, embora este episódio previsto para a segunda quinzena de maio prometa ser tão severo quanto as ondas de frio do inverno.