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Uma grande e forte frente fria vai chegar ao Brasil no domingo, 15 de maio. Além de muito frio, chuva e talvez até neve, desde o dia 12 de maio, esta frente fria os meteorologistas viram mais um motivo que torna esta frente fria muito especial: o ciclone extratropical associado a esta frente fria se intensifica muito e passa a ter um deslocamento em direção ao continente.
Reprodução windy.com
Ciclone retrógrado
O movimento retrógrado do ciclone extratropical não é normal e foi isto que despertou a atenção dos meteorologistas. O movimento comum deste tipo de sistema na costa do Brasil é ir da região próxima ao continente para alto-mar.
Imediatamente vieram as indagações: Será que vai virar um furacão? Teremos um Catarina 2? Pode ser um ciclone subtropical?
O furacão Catarina teve movimento retrógrado e avançou do mar para o continente. Lembrar deste sistema foi natural para os meteorologistas, quando viram as imagens das simulações da circulação do ventos dos principais modelos atmosféricos feitos em supercomputadores
Não é um novo Catarina
Não teremos um novo furacão Catarina, mas mesmo assim, esta forte baixa pressão atmosférica que ficará perto da costa do Sul do Brasil entre os dias16 e 18 de maio de 2022, vai provocar ventania em várias áreas da Região Sul
Para elucidar dúvidas, a Climatempo foi conversar com o professor Luiz Felipe Gozzo, da Unesp/Bauru. Ele é meteorologista e pesquisador na área de ciclones tropicais, subtropicais e furacões.
Possibilidade de novo ciclone subtropical
Se o ciclone extratropical desta nova frente fria chega ao Brasil neste fim de semana realmente se intensificar, como as projeções feitas em computadores indicam, poderá se transformar em uma tempestade subtropical e ser batizada. Seu nome seria Yakecan (o som do céu).
Somente a Marinha do Brasil pode nomear (dar um nome, batizar) os sistemas meteorológicos especiais que eventualmente se formem em águas oceânicas brasileiras. Apenas os sistemas que alcançam força suficiente para ser uma tempestade subtropical recebem um nome. Isto acontece quando o vento produzido pelo sistema atinge velocidades iguais ou superiores a 34 nós, aproximadamente 61 km/h.
Confira a lista completa com a época e local de formação dos sistemas nomeados até agora:
1 - Arani (tempo furioso) - março 2011 - RJ/ES
2 - Bapo (chocalho) - fevereiro 2015 - SP
3 - Cari (homem branco) - março 2015 - SC
4 - Deni (tribo indígena) - novembro 2016 - RJ
5 - Eçaí (olho pequeno) - dezembro 2016 - SC
6 - Guará (lobo do cerrado) - dezembro 2017 - ES/BA
7 - Iba (ruim) - março 2019 - BA
8 - Jaguar (lobo) - maio 2019 - RJ
9 - Kurumí (menino) - janeiro de 2020 - ES/RJ
10 - Mani (deusa indígena) - final de outubro de 2020 - ES/RJ
11 - Oquira (broto de folhagem) - dezembro 2020 - RS
12 - Potira (flor) - abril/2021
13 - Raoni (grande guerreiro) - junho/2021
14 - Ubá (canoa indígena) - dezembro/2021
15 - Yakecan (o som do céu)
Saiba a diferença entre ciclone tropical, subtropical e extratropical