Últimas buscas

Você não tem nenhuma busca recente.
    1. Clima e Previsão do Tempo
    2. / Notícias
    3. / Onda de frio aumenta olho seco

    Últimas buscas

    Você não tem nenhuma busca recente.
    Ícone de alerta
    Alerta anterior Próximo alerta Fechar alerta

    Onda de frio aumenta olho seco

    Compartilhar Compartilhe no Whatsapp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter

    6 min de leitura

    Oferecido por

    O inverno nem começou e o frio de gelar os ossos já causa estrago na saúde ocular. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, no mês de maio, os prontuários de 270 pacientes do hospital mostram que a doença mais frequente nos consultórios é a síndrome do olho seco. Neste grupo,  27% ou 73 pacientes receberam diagnóstico de olho seco.

     

    “Isso é mais que o dobro da incidência nas estações quentes antes da pandemia de covid, quando a disfunção atingia 12% dos brasileiros”, avalia. O médico ressalta que a avaliação dos pacientes mostra que prevalece entre eles o olho seco evaporativo. “É o tipo mais frequente desencadeado pelas alterações ambientais, nas pálpebras e no número de piscadas. Normalmente piscamos cerca de vinte vezes por minuto. Na frente das telas, de seis a sete vezes, e toda a população ficou mais conectada durante a pandemia”, observa.

     

    De acordo com o oftalmologista, o olho seco tem efeitos significativos na função visual, produtividade e qualidade de vida. Isso porque os sintomas incluem sensação de areia nos olhos, ardência, vermelhidão, fotofobia e visão embaçada. A disfunção, segundo Queiroz Neto, é uma alteração na quantidade ou qualidade de uma das três camadas da lágrima formada por água, gordura e muco.

     

    “A falta de lubrificação na superfície dos olhos predispõe a outras complicações, como por exemplo, lesões na lente externa do olho, a córnea, e à blefarite, inflamação crônica das pálpebras”.

     

    A chance de contrair conjuntivite viral durante o frio também é maior, principalmente ao permanecer em ambientes fechados, alerta o especialista. Isso porque o frio espalha todo tipo de vírus no ar e a diminuição da lágrima deixa os olhos mais expostos. Uma evidência bastante clara da proliferação dos vírus neste período, segundo ele, é o aumento dos casos de covid nos últimos dias.

     

    Foto: Getty Images

     

    Gatilhos

     

    Queiroz Neto ressalta que toda síndrome do olho seco é multifatorial. Sofre influência do meio ambiente, estilo de vida, idade, sexo, hábitos alimentares, consumo de água, uso de lente de contato, doenças sistêmicas como o diabetes, ou na superfície do olho como cicatrizes na córnea, ceratocone e blefarite.  A incidência da síndrome é de 3 mulheres para cada homem.  Pode também estar relacionada ao uso de ar-condicionado frio ou quente que diminuem a umidade do ar. Medicamentos antialérgicos, anti-hipertensivos e antidepressivos e a diminuição dos hormônios sexuais com o envelhecimento interferem nas glândulas lacrimais e causam deficiência aquosa na lágrima, mas é a evaporação a maior causa do olho seco.

     

    Diagnóstico

     

    Queiroz Neto afirma que 11% dos casos de olho seco são assintomáticos. Isso acontece porque 98% da lágrima é formada por água e a evaporação passa despercebida quando é pequena. Por isso, poucas horas no computador ou celular não afetam os olhos.

     

    O diagnóstico manual feito com colírio e contato com o olho pode mascarar o resultado por estimular a lacrimação. Por isso, hoje é feito com uma câmera que emite luz infravermelha e é teleguiada por um software para avaliar as 3 camadas da lágrima,  sem interferir na superfície do olho. O exame também inclui a avaliação das pálpebras inferior e superior e das glândulas de meibômio. Por isso, permite flagrar logo no início a blefarite, inflamação na pálpebra que está relaciona a alterações nas glândulas de meibômio.

     

    Tratamento

     

    O oftalmologista afirma que o olho seco brando é tratado com colírios lubrificantes. Nos casos gaves pode ser feita uma cirurgia em que é implantado um plug no olho para reter a lágrima no globo ocular. Mas o melhor tratamento para 7 em cada 10 pacientes, segundo Queiroz Neto, é a luz pulsada, que desobstrui a glândula de Meibômio e estimula a produzir a camada lipídica do lágrima. 

     

    Um estudo da ARVO (Association for Research in Vision and Ophthalmology) mostra que 70% dos casos de olho seco estão relacionados a uma disfunção nesta glândula.

     

    “Já atendi pacientes que depois da aplicação da luz pulsada comemoravam o alívio nos olhos”, afirma. Além de preservar a produção da camada gordurosa da lágrima, observa,  a luz pulsada reduz o gasto com colírio.

     

    6 passos de prevenção

     

    Para manter os olhos lubrificados, Queiroz Neto recomenda: 

    • Nas telas pisque voluntariamente e descanse olhando par um ponto distante a cada 20 minutos.
    • Posicione o computador abaixo da linha dos olhos para manter a superfície ocular mais lubrificada.
    • Desligue os equipamentos uma hora antes de ir dormir para ter uma boa noite de sono.
    • Limpe a borda das pálpebras com cotonete embebido em xampu neutro para evita a obstrução das glândulas e a blefarite.
    • Beba água. Hidratação nunca é demais. Protege os olhos, a pele e os rins.
    • Inclua ômega na dieta. As melhores fontes são: abacate, castanhas e peixes gordos como a sardinha, salmão e bacalhau.

     

    Notícias Recomendadas

    X

    + mais notícias