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SBTi e a redução de emissões de GEE baseado na ciência: Entenda!

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Atualmente, o mundo tem discutido muito sobre mudanças climáticas e a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE). Porém, um novo conceito cresceu muito nos últimos anos, você já ouviu falar nas metas de redução baseadas na ciência (Science Based Targets)? É sobre isso que vamos falar hoje! As metas são consideradas baseadas na ciência quando estão alinhadas com o que as ciências climáticas dizem ser necessário para atingir os objetivos do Acordo de Paris - manter o aumento da temperatura média do planeta abaixo dos 2ºC quando comparado a níveis pré-industriais.

 

As metas baseadas na ciência surgem como apoio na concentração de forças não só do governo, mas de empresas e da sociedade, para direcionar a melhor forma de definir suas metas para atingir o objetivo do Acordo de Paris. Uma das principais instituições responsáveis por divulgar o conceito e também avaliar as empresas é a Science Based Target Initiative (SBTi). A SBTi é uma iniciativa global criada em 2015 em colaboração entre o Carbon Disclosure Project (CDP), o Pacto Global da ONU, o World Resources Institutes (WRI) e a ONG WWF, sendo estas instituições ligadas a sustentabilidade e gerando esforços contra as mudanças climáticas. De maneira geral, a SBTi define e promove as melhores práticas na construção de metas baseadas na ciência, onde oferece recursos e orientações para reduzir as barreiras à adoção das metas e avalia de forma independente as metas das empresas. A ideia por trás da SBTi é mobilizar o setor privado e impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, permitindo que as empresas demonstrem a liderança em ações climáticas por meio do comprometimento com as metas ambiciosas de redução de GEE. 


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Bom, até aqui comentamos sobre a necessidade de redução da emissão de gases do efeito estufa, a criação de metas baseada na ciência e a SBTi, mas como isso funciona na prática? Atualmente, as grandes empresas, especialmente aquelas de capital aberto, possuem seus relatórios de sustentabilidade divulgados anualmente, onde divulgam as características da empresa, sua preocupação com o meio ambiente, projetos sociais, entre outras informações. Ainda, a maioria das empresas também divulga os inventários de emissões de GEE, onde são divulgadas informações dos seus escopos:


Escopo 1: Emissões liberadas pelas operações diretas da própria empresa;
Escopo 2: Emissões indiretas relacionadas ao gasto de energia utilizado pela empresa;
Escopo 3: Emissões indiretas que não são incluídas no escopo 2, sendo estas as mais difíceis de mensurar e monitorar.

 

Vale ressaltar que, caso a empresa siga os protocolos do GHG Protocol (Greenhouse Gas Control), apenas os escopos um e dois são obrigatórios. Porém, caso você faça suas metas baseadas na ciência e se comprometa com a SBTi, você deve mensurar e divulgar todos os escopos. Além disso, para participar da SBTi, existem basicamente cinco passos: comprometer-se, desenvolver a meta, submeter a meta para aprovação, comunicar publicamente a meta e, por fim, divulgar e monitorar anualmente as emissões. 

 

Na prática, a companhia deve enviar uma carta ao SBTi demonstrando o interesse em construir suas metas baseadas na ciência ou, caso já tenha suas metas, ter suas metas avaliadas de forma independente. Posterior a essa carta de comprometimento, a empresa tem 24 meses para desenvolver suas metas baseadas na ciência alinhada aos critérios da SBTi, submeter as metas para avaliação e, após aprovado, divulgar as metas publicamente. Nesta etapa, é importante que a empresa tenha um ano base das emissões e um ano alvo para atingir o objetivo (2040 ou 2050, por exemplo), além de considerar as especificidades da SBTi no setor de atuação. O ano base é aquele ano onde as emissões são completas, verificadas e representativas no contexto da empresa, é recomendado pela SBTi que se escolha o ano mais recente em que os dados estão disponíveis.

 

Após estas considerações, a empresa deve submeter a meta para avaliação da SBTi e quando for aprovada, a própria SBTi divulga as ações que a empresa está realizando. A última etapa do processo é a divulgação por parte da empresa, que deverá ser feita em até seis meses após a aprovação, estando sujeita a reavaliação após este período.

 

Atualmente, existem mais de 2 mil empresas que já possuem suas metas baseadas na ciência conforme a SBTi. A EDP Energias do Brasil, distribuidora de energia, foi a primeira empresa de energia da América Latina  a ter suas metas aprovadas pela ciência. Conforme a SBTi, a EDP possui seu ano base em 2017 e com a meta de reduzir 85% das emissões dos escopos 1, 2 e 3 até 2032, sendo que já atingiu 64% da meta. O movimento de ter suas metas baseadas na ciência cresceu muito em 2020 e 2021, e deve aumentar consideravelmente o número de empresas nos próximos anos. É importante ressaltar que, ainda que muitas empresas não estejam ligadas a SBTi, muitas já possuem seus inventários de emissões mapeados, divulgados e com metas estabelecidas no seus relatórios de sustentabilidade.

 

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