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O Sistema Cantareira choveu 118,1mm em setembro de 2022, ficando bem acima da sua média, que é 80,5mm. E sendo o maior volume de chuva para setembro dos últimos 7 anos, desde 154,5mm em 2015.
Cantareira. Fonte: Getty images
Acumulados de chuva em Setembro de 2000 até 2022 no Sistema Cantareira. Fonte: Sabesp
Mesmo assim, o nível do Cantareira segue baixo, e chegou aos 30,2% em 26 de setembro, sendo o menor para um mês de setembro dos últimos 7 anos, desde o volume morto em setembro de 2015.
Menores níveis no Sistema Cantareira para Setembro de 2000 e 2022. Fonte: Sabesp.
No último final de semana, nos dias 01 e 02 de outubro, os níveis foram baixos no sistema, com valores de 32,4% e 32,5%. E no domingo (02) o Cantareira apresentou o maior nível desde o dia 04 de setembro, quando registrou 32,5%.
Acumulados de chuva mensais de 2020 e 2022. Fonte: Sabesp.
Outro destaque é que setembro deste ano registrou o maior volume de chuva desde janeiro de 2022. Lembrando que em janeiro deste ano foram mais de 300mm acumulados.
Mesmo assim, o total de chuva de janeiro a setembro é de 796,2mm no sistema Cantareira, abaixo da sua média, que é de 1016,1mm. Aliás, nos últimos 6 anos, desde 2017 que as chuvas estão abaixo da média de janeiro a setembro. A última chuva acima da média nesse período foi em 2016, com 1032,8mm.
Motivo das chuvas acima da média pelo estado de São Paulo
A chuva acima da média pelo estado de São Paulo, como no Mato Grosso do Sul e do Paraná, e no sul Mineiro, sendo que na maioria dessas áreas, registraram os volumes mais altos desde o El Niño de 2014/2015, alguns desde a fase mais forte em 2015. Já em Ribeirão Preto, no nordeste do estado de São Paulo, acabou tendo o volume mais alto desde 2009, outro el niño, que era moderado e do tipo modoki.
Na capital de São Paulo teve o setembro mais chuvoso desde 2015
Agora atualmente, em setembro de 2022, o Oceano Pacífico equatorial a leste estava mais aquecido e gerou um gradiente mais intenso de temperaturas, o que fortaleceu as correntes de jato nos altos níveis, e as correntes de jato nos baixos níveis da atmosfera - aquela que costuma trazer bastante umidade da Região da Amazônia, para as áreas mais ao sul e Sudeste do país, por exemplo, e que estacionaram sobre a Região Sul do Brasil, e por consequência de vários cavados nos níveis médios e altos atravessaram os Andes de oeste para leste, deixando o tempo mais instável.
Apesar de não ter sido um clássico La Niña Modoki, teve realmente esse aquecimento do Pacífico a leste equatorial por algumas semanas.
Lembrando que saímos a poucos meses do La Niña Modoki e estamos indo agora para o La Niña Canônico, ainda com o efeito dessa transição (pois neste final de setembro já é canônico), e com o efeito também do dipolo do Oceano Índico (IOD) na fase negativa, que costuma ajudar também nesse aumento de chuva entre o MS, PR, SP, MG e RJ, que acontece em especial em SETEMBRO, ajudando no transporte maior de umidade através da posição dos jatos de baixo níveis mais sobre essa região. Além da influência das temperaturas nessa região do Atlântico e passagens de frentes frias e organizações da circulação dos ventos em altitude e organizações de baixas pressões em parte dessas áreas.
Além disso, o La Niña favorece mais passagens de frentes frias, além de não termos tido bloqueios prolongados desde agosto.
Então a passagem dessas frentes frias foi livre pelo litoral, como normal em anos de La Niña. Mesmo pelo litoral essas frentes frias atuando, e sem bloqueios fortes, elas (as frentes) ajudam a canalizar a umidade da Amazônia para o interior do continente.
Tendência para a semana
Ao longo desta semana haverá bastante chuva pelo estado de São Paulo e no sul de Minas Gerais, como na região do Cantareira, a começar a partir da tarde de segunda-feira (03) e no decorrer da terça-feira (04). Com alertas de temporais e acumulados pontualmente elevados na região do Cantareira, com raios, rajadas de vento e queda de granizo.
No Sudeste, boa parte das instabilidades tem relação com a circulação dos ventos nos diversos níveis da atmosfera, além de cavados meteorológicos nos níveis baixos, médios e altos da atmosfera, da influência da aproximação de uma frente fria na costa do estado de São Paulo, com seu ciclone extratropical na costa da Região Sul, e mais uma área de baixa pressão atmosférica na costa do Rio De Janeiro, e um pouco de umidade que vem da Amazônia entre os estados de SP e de MG. Ressalta-se que essa baixa pressão e o ciclone extratropical se juntarão ao longo da terça-feira (04) no Oceano e se tornará um único ciclone extratropical no mar e entre a altura da Região Sul e Sudeste do país.
Porém, na quarta-feira (05) a chuva dá uma trégua, na maior parte do estado de São Paulo, ocorrendo mais no noroeste, norte, litoral e Vale do Paraíba, e pontos do sul de Minas Gerais.
Atenção mesmo na quinta-feira(06) e pela sexta-feira (07), pois os temporais ganham força pelo Sudeste do país, com condições de chuva volumosa, com ventania e queda de granizo.
Pois, final da semana teremos o desenvolvimento de outro ciclone extratropical no sul do país, que dará origem a uma nova frente fria e ajudará a organizar um corredor de umidade. Assim, atenção para o excesso de volume de água pela região do Cantareira, pelo estado de São Paulo, a Região Sudeste de maneira geral, o Centro-Oeste e o Sul do país até o final desta seman.
Estima-se que o volume de chuva passe dos 100mm, até o próximo final de semana, em parte do Paraná, oeste Catarinense, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, oeste e noroeste do Mato Grosso, norte e oeste do Rio Grande do Sul, pontos do norte, noroeste, centro e leste do estado de São Paulo, como na região do Cantareira, no noroeste e norte do Amazonas e norte de Roraima, no sul de Rondônia, além do sudeste de Goiás.
Acumulados de chuva entre os dias 03 e 07 de outubro no Brasil. Fonte: Climatempo
Veja também: Temporais em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo