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COP 27: Dinheiro para adaptação climática é necessidade urgente

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 Inundações extremas, secas recordes, calor mortal e até pragas, como as invasões de gafanhotos em países da África, na Argentina e na Itália. Os impactos das mudanças climáticas já chegaram, enquanto o planeta está ainda 1,2 C graus mais quente do que foi no século 19 – a meta do Acordo de Paris é impedir que este aquecimento ultrapasse 1,5 C. Mesmo que isso seja possível, algumas dessas mudanças serão irreversíveis, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Isso significa que a humanidade terá que se adaptar. 

 

 

COP 27: Dinheiro para adaptação climática é necessidade urgente

 


A urgência para levantar fundos para adaptação será o centro das discussões da próxima Conferência do Clima da ONU, a COP 27, que este ano será realizada em Sharm El-Sheik, no Egito, de 6 a 18 de novembro. Se a COP 27 falhar em dar respostas ao preço da adaptação climática, a cooperação internacional sairá desmoralizada do encontro.


O fato de a COP ser realizada em um país africano pode ajudar a dar mais ênfase na necessidade de adaptação. Os países africanos somam suas vozes aos países-ilha e outras regiões do mundo em desenvolvimento para dizer claramente que mitigar a crise climática já não é mais suficiente. Essas nações precisam se adaptar e construir resiliência para sobreviver e prosperar.  

 

Impactos observados das mudanças climáticas

 

Na África, os impactos das mudanças climáticas estão se desenrolando de diferentes maneiras. A região do Chifre da África está sofrendo com a fome após três anos de seca. Já na África Oriental, enormes nuvens de gafanhotos atraídos pelas chuvas extremas têm devorado as colheitas. As enchentes graves no sul da África este ano mataram centenas de pessoas e deslocaram dezenas de milhares. Enquanto isso, as temperaturas mais quentes que o normal estão atraindo mosquitos transmissores da malária para novos lugares. 


Estes desastres são agravados pelos impactos econômicos da COVID-19 e pelo aumento dos custos internacionais dos alimentos e dos combustíveis fósseis. A União Africana estima que a pandemia custou ao continente até 20 milhões de empregos e 500 bilhões de dólares até o momento, com danos ao investimento estrangeiro direto e ao turismo. 


De acordo com a NASA, as plantações de milho podem diminuir globalmente em um quarto até 2030, um risco para todas as regiões que sofrem com a insegurança alimentar, e isto inclui o Brasil.  


A boa notícia é que a adaptação é ótima para os negócios. A Comissão Global de Adaptação, que reúne alguns dos economistas mais dedicados ao tema, estimou em 2019 que investir 1,8 trilhão de dólares em adaptação entre 2020 e 2030 poderia gerar 7,1 trilhões de dólares em benefícios. E isto pode impulsionar um desenvolvimento sustentável mais amplo. O crescimento econômico da agricultura de baixo carbono, por exemplo, poderia ser até 11 vezes mais eficaz na redução da pobreza do que qualquer outra medida, de acordo com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU.

 

Os países que sentem os piores impactos da mudança climática são os que menos contribuíram para ela. Eles também são os que mais se esforçam para se adaptar às mudanças climáticas e se desenvolverem de forma sustentável, mas há muitas barreiras para que eles acessem o financiamento. 

 

 

Financiamento climático 


Os países desenvolvidos, juntamente com o G20, precisam demonstrar solidariedade com aqueles que mais sofrem, tomando medidas. Isto deve incluir o cumprimento da promessa (feita em 2009) de mobilizar US$ 100 bilhões por ano de financiamento climático (o que inclui a adaptação, mas não somente). Eles também precisam transferir tecnologias verdes e priorizar a transição para energias renováveis nos esquemas de ajuda internacional ao desenvolvimento. 

 

Hoje, o mundo está aumentando seu desequilíbrio. Na COP 26, realizada no ano passado no Reino Unido, as nações ricas concordaram em dobrar o atual apoio financeiro para a adaptação para o valor de 40 bilhões de dólares ao ano. Além de isso não ter sido cumprido, os países africanos afirmam que precisam, na verdade, de cerca de 700 bilhões ao ano a partir de 2025 para se adaptarem.


A COP 27 é um momento para governos, empresas e investidores se reunirem para financiar e descobrir o que precisa mudar para que a adaptação aconteça agora. Como o pano de fundo africano deixará tudo muito claro, a crise climática já está em andamento. 

 

 

 

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