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Ártico teve o sétimo ano mais quente em 2022 desde 1900

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7 min de leitura

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Mais de 140 cientistas de 11 países analisaram as mudanças rápidas que ocorrem no Ártico e os impactos para as comunidades, a economia e o mundo. Um dos feitos mais marcantes foi o da camada de gelo da Groenlândia, em 2022 teve redução pelo 25º ano consecutivo.

 

Um tufão, fumaças de incêndios florestais e o aumento da precipitação de chuva não é o que se imagina quando se fala do Ártico. Mas esses extremos de temperatura foram alguns dos eventos incluídos num relatório anual sobre a transformação do Ártico, antes coberto por neve e geleiras.

 

O estudo divulgado na página da Organização Meteorológica Mundial, OMM, é resultado de um relatório do Ártico para 2022 compilado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, NOAA na sigla em inglês.

 

 

Comunidades locais e ecossistemas

 

A transformação do Ártico é detalhada na pesquisa de 147 especialistas de 11 nações e fornece um panorama importante da rápida mudança na região e o impacto que ela tem no meio ambiente, ecossistemas, economia e nas comunidades locais.

 

A OMM, e seus parceiros monitoram várias mudanças pelo mundo. Para o chefe da agência americana, Rick Spinrad, o relatório só mostra a urgência de se enfrentar a crise climática por meio de uma redução dos gases que causam o efeito estufa.

 

O relatório revela que de outubro de 2021 a setembro de 2022, a temperatura anual no Ártico foi a sexta mais quente desde 1900, o que seguiu uma tendência de décadas, na qual a temperatura do ar no Ártico aumentou mais rapidamente que do que o aumento médio global.

 

A imagem abaixo mostra o desvio da temperatura média próxima à superfície no Ártico, no período entre outubro de 2021 a setembro de 2022.  Os  tons de vermelho indicam valores acima da média e os tons em azul, valores abaixo da média. 

 

Anomalia da temperatura no Ártico entre outubro de 2021 a setembro de 2022 (Fonte: NOAA/WMO)

 

O gráfico mostra a evolução do aquecimento do Ártico (linha vermelha) e do planeta Terra (linha cinza), de 1900 a 2022, em relação à média da temperatura global para o período de 1991 a 2020 (linha tracejada).  A diferença em graus Celsius está na escala do lado direito.

 

 

Anomalia do aquecimento no Ártico x aquecimento global, de 1900 a 2022 (Fonte: WMO)

 

 

Últimos sete anos foram os mais quentes


Os sete anos mais aquecidos do Ártico desde 1900 foram exatamente os últimos sete anos.

 

Já a cobertura ou extensão de gelo da região ficou mais alta do que em muitos anos recentes, mas mais baixa que a média de longo prazo. A extensão do gelo nos últimos anos, densidade e volume retornaram após quase um recorde de baixa no ano passado. Mas ficaram ainda baixo do que era nos anos 80 e 90 com gelo antigo sendo extremamente raro.

 

 

Extensão do gelo marinho no Ártico no período de 1979 a 2022 (Fonte: NOAA/WMO)

 

As águas abertas se desenvolveram perto do polo norte, durante grande parte do verão, permitindo fácil acesso a embarcações turísticas e de pesquisa de classe polar. A Rota do Mar do Norte e a Passagem do Noroeste também estiveram, em grande parte, abertas.

 

 

Estreito de Bering


Os registros de satélite de 2009 a 2018 mostram o aumento do tráfego marítimo de navios no Ártico à medida que o gelo marinho diminui. Os aumentos mais significativos no tráfego estão ocorrendo entre os navios que viajam do Oceano Pacífico através do Estreito de Bering e do Mar de Beaufort.

Isso gera oportunidades econômicas para novas rotas comerciais e também coloca potenciais tensões causadas por seres humanos sobre os povos e ecossistemas do Ártico.

 

A temporada de neve do Ártico de 2021-2022 registrou uma combinação de acúmulo de neve acima da média, mas o derretimento precoce, consistente com as tendências de longo prazo de encurtamento das estações de neve persistiram.

 

As condições mais úmidas foram vistas em grande parte do Ártico de outubro de 2021 a setembro de 2022.

 

 

Dias secos


Os chamados eventos de precipitação pesada são mais comuns no subártico do Atlântico Norte, enquanto grande parte do Ártico central mostra aumentos em dias chuvosos consecutivos e diminuições em dias secos consecutivos.

E o 3º ano mais chuvoso dos últimos 72 anos foi notificado de outubro de 2021 a setembro de 2022.

 

Um dos feitos mais marcantes foi o da camada de gelo da Groenlândia, que perdeu gelo em 2022 pelo 25º ano consecutivo.

 

Em setembro de 2022, a camada de gelo da Groenlândia teve um aquecimento sem precedentes no final da temporada, criando condições de derretimento da superfície em mais de 36% da camada de gelo em 3 de setembro, incluindo o cume da camada de gelo da Groenlândia a 10,5 mil pés (3.200 metros) de altitude.

 

Isso se seguiu a um grande evento de derretimento da superfície de 18 de julho observado em 42% da superfície da camada de gelo. 

 

 

Concentração mínima do gelo marinho no Ártico no verão de 2022 (Fonte: NOAA/WMO)

 

 

Água do mar mais quente

 

A temperatura da superfície do mar em agosto de 2022 continuou a mostrar uma tendência de aquecimento observada desde 1982 em grande parte do Oceano Ártico sem gelo. Nos mares de Barents e Laptev, as temperaturas médias da superfície do mar em agosto de 2022 foram de °C a 3°C (3,5 a 5,5 graus Fahrenheit) mais quentes do que os valores médios de agosto no período de 1991–2020.  Ao mesmo tempo, no Mar de Chukchi, a temperaturas da superfície do mar foi excepcionalmente baixa em agosto, 3°C  abaixo da tendência (5,4 graus Fahrenheit) , provavelmente impulsionado pelo gelo marinho do final do verão na região que foi mantido no lugar pelos ventos.

 

O Boletim do Ártico de 2022 ano também apresenta o capítulo mais abrangente da história de 17 anos do relatório anual sobre como essas mudanças ambientais dramáticas são sentidas pelos povos indígenas do Ártico e como suas comunidades estão lidando com as mudanças.

 

Fonte: ONU News

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