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Denomina-se matriz energética, como a divisão das fontes disponíveis na distribuição de energia em um país, podendo ser renováveis ou não-renováveis. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), em seu último balanço, a matriz energética mundial corresponde em sua grande maioria por fontes não-renováveis, em destaque para o carvão, petróleo e gás natural, enquanto as fontes renováveis correspondem a apenas 2,5%. Somando à participação de biomassa e hidráulica, esse valor sobe para significativos, embora não-suficientes, 15% de toda energia do planeta.
No Brasil, este quadro é bem diferente do observado em escala global. Segundo o balanço realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), apesar do uso de fontes não renováveis ser maior, pouco menos da metade enérgica brasileira possui caráter renovável.
Comparação da Matriz Energética do Brasil com a do Mundo (EPE,2020)
Em relação a matriz elétrica brasileira, dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indicam que mais de 55% correspondem a hidráulica, consequenciando em nossa distribuição elétrica ser muito mais renovável que o resto dos outros países, com uma significativa presença de outros tipos como a energia eólica, de biomassa e solar, que juntas, marcam quase 25% da eletricidade do Brasil.
Durante o Boletim Mensal de Energia (BEM), divulgado no início do ano houve um crescimento da Oferta Interna de Energia (OIE) em geração hidráulica, e consequentemente um decréscimo das termelétricas, além do acréscimo no uso de outras energias renováveis como a solar e eólica, culminando no Consumo Final de Energia (CFE) aumentando em 2% para 2021.
Durante os meses seguintes, constatou-se no BEM para o mês de Abril, além da recuperação na hidráulica, o reestabelecimento para produtos de cana de açúcar, que chegaram a cair 10% no último ano.
Finalizando, com o último boletim, divulgado para o mês de Setembro, indicou-se um recuo da OIE em 0,8% e a CFE, crescendo em 1,6%, indo para as renováveis uma participação da matriz energética em 46,7%. Para a OIE em energia elétrica, devemos ter um acréscimo de até 3,5%, com referência ao ano anterior com um forte aumento na energia solar, e um crescimento um pouco menor para eólica e hidráulica, culminando em uma forte queda na geração térmica por carvão e gás natural.
Comparação da Oferta de Energia do Brasil entre 2021 e 2022 (BEN,2022)
Por Pedro Paganoto e Membros do CA - UFRJ.