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O ano de 2022 obteve o maior registro de eventos de granizo no Brasil de todos os anos, mais especificamente no mês de novembro. Mas como é formado o chamado granizo?
O granizo se forma quando nuvens com alto desenvolvimento vertical possuem gelo no seu interior, existe uma parte dela que é chamada de “mista”, onde existe a presença tanto de gelo, quanto de água super-resfriada. Quando essa água começa a se agregar ao núcleo de congelamento, que pode ser pequenas gotas de chuvas congeladas, por um processo chamado de colisão e coalescência, que nada mais é do que a colisão e fixação no gelo, esse gelo começa a aumentar de tamanho, aumentando também seu peso que, ao chegar em aproximadamente 5mm, pode começar a precipitar na forma de granizo.
Um exemplo de ocorrência de granizo recente foi quando uma frente fria considerada forte para o mês de novembro de 2022 atuou com fortes pancadas de chuva e causando granizo que devastou plantações no Sul de Minas, São Paulo e Goiás. Além disso, a famosa Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) também contribuiu nesse mês em várias regiões do país, provocando tempestades seguidas de granizo devido a grande insolação do período próximo ao verão, o que resulta em uma atmosfera mais aquecida e favorável a formação de nuvens e, consequentemente, chuvas e temporais. A La Niña, que é o resfriamento das águas no oceano Pacífico, também influencia essas anormalidades de forma global, sendo uma das que causaram essa organização de corredores de umidade no Brasil.
E você sabia que a chuva de granizo pode ter um impacto muito grande no mercado de energia solar?
Isso pode ocorrer de várias maneiras. Primeiro, pode danificar fisicamente os painéis solares e outros equipamentos relacionados, o que pode levar a um aumento no custo de reparação ou substituição, o que torna o lucro em cima dessas placas mais baixo, sendo necessário custear a manutenção dos danos. Além disso, a chuva de granizo pode causar interrupções no fornecimento de energia, o que pode afetar a confiabilidade e a disponibilidade da energia solar, deixando não só as empresas fornecedoras sem um lucro significativo, como também a população que utilizaria essa energia para consumo próprio, sendo necessário ativar outras formas de produção de energia que não são tão limpas como a energia solar. Por último, a chuva de granizo pode afetar a eficiência dos painéis solares, reduzindo temporariamente a quantidade de energia que eles são capazes de produzir. Isso pode afetar a rentabilidade de projetos de energia solar e afetar a demanda pelo produto.
Por: Pedro Henrique Gomes Machado e membros do CA de Ciências Atmosféricas -UNIFEI