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A chuva da Zona de Convergência do Atlântico Sul deste início de 2023 deixa Belo Horizonte mais uma vez em situação de maior risco de desastre natural.
Com os 130mm acumulados durante o fim de semana, 7 e 8 de janeiro, o volume de chuva em Belo Horizonte, nos oito primeiros dias do mês, subiu para 233,6 mm. Isto equivale a 70% da média de chuva Climatológica para Janeiro em Belo Horizonte, que é de aproximadamente 331 mm.
Janeiro é mês de muita chuva
Segundo os mais recentes cálculos do Instituto Nacional de Meteorologia, para o período de 1991 a 2020, a média de chuva em janeiro para Belo Horizonte é de 330,9 mm, a maior da escala anual. Janeiro é normalmente uma época de muita chuva na Região Sudeste, de forma geral, e um dos motivos é a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, abreviadamente ZCAS, além da presença quase constante de ar quente úmido, ingredientes básicos para formação das nuvens de chuva.
No caso de Belo Horizonte, dos 10 meses mais chuvosos já registrados na estação meteorológica de Santo Agostinho, desde o início das medições, em 1910, 7 são janeiros e 3 dezembros
Janeiro de 2020 teve um acumulado de chuva de 934,7 mm e se tornou o janeiro e o mês mais chuvoso em Belo Horizonte desde 1910, em 112 anos de medições.
mes/ano - chuva mm
1 - 01/2020: 934,7
2 - 01/1985: 850,3
3 - 01/2003: 781,6
4 - 12/2011: 720,0
5 - 01/1991: 651,2
6 - 12/1987: 644,4
7 - 01/1961: 636,6
8 - 01/1983: 626,1
9 - 01/1914: 624,4
10 - 12/1937: 610,7
Em quase todos os verões, muitas áreas do estado de Minas Gerais sentem a influência da ZCAS e recebem grandes volumes de chuva, responsáveis por enchentes, deslizamentos de encostas, grandes alagamentos, perdas materiais e vítimas fatais. Por sua localização geográfica, na região central de Minas Gerais, a Grande Belo Horizonte é afetada por quase todas as ZCAS.
Chuva de ZCAS
A chuva que cai neste início de 2023 é do terceiro episódio de ZCAS do verão 2022/2023. Mas antes desses três já havia ocorrido um na segunda quinzena de novembro de 2022.
Uma análise cuidadosa do volume de chuva acumulado nos últimos três meses eleva ainda mais a preocupação com o risco de desastres naturais que podem ocorrer na grande Belo Horizonte, ainda no verão de 2023.
Pelas medições do Instituto Nacional de Meteorologia, na estação meteorológica de Santo Agostinho, na região central de Belo Horizonte, em outubro de 2022 choveu 190,6 mm, em novembro, 269,6 mm e em dezembro de 2022 choveu 427,8 mm. Dezembro de 2022 foi o décimo quarto dezembro mais chuvoso em Belo Horizonte desde 1961.
A soma do volume de chuva de menos de 4 meses completos, de 1 de outubro de 2022 até 8 de janeiro de 2023, é igual a 1071,4 mm, o que corresponde a 71% da chuva de um ano, que é de 1578 mm.
Previsão
Tecnicamente o atual episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul se desconfigura a partir desta terça-feira, 10 de janeiro, mas isto não significa o fim da chuva. As pancadas de chuva vão continuar a ocorrer até o fim da semana e várias podem ter forte intensidade.
