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Foram mais de 30 tornados na quinta-feira (12) nos Estados Unidos, reportados pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). Sendo 25 tornados no Alabama, 6 na Geórgia, 4 em Kentucky, 1 em Tennessee, 1 em Mississippi e 1 na Carolina do Norte. Infelizmente, esse fenômeno acabou causando a morte de 9 pessoas no país, com 7 só no condado de Autauga, no Alabama, uma morte em Atlanta, no Alabama também, e outra na Geórgia.
Relatos de tornados no dia 12 de janeiro de 2023 nos Estados Unidos. Fonte:NOAA.
Os temporais com registros de tornados no sudeste dos Estados Unidos estavam associadas a uma frente fria com um ciclone extratropical na região, mais a umidade que vinha do Golfo do México e a forte corrente de jato (a mais de 9km de altitude).
Vale salientar que além disso tudo, se tem o fato do fenômeno La Niña estar atuando pelo terceiro ano seguido, e durante a estação do inverno, como entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, temos a maior frequência de tornados pelo centro sudeste dos Estados Unidos, por conta do posicionado mais nessa faixa do jato subtropical e das formações mais recorrentes de ciclones extratropicais, além do aumento da umidade nessas áreas. Aliás, outro fato curioso foi em dezembro de 2021 que se relatou diversos tornados, em um único dia no país, e com um tornado em Kentucky como um maior percurso da sua história, atingindo 4 estados.
Tendência para o final de semana nos Estados Unidos
Mas, a frente fria que ajudou a causar os tornados no sudeste do país já se afastou da região, e o grande destaque agora de mais tempestades severas pelo oeste e noroeste dos Estados Unidos neste final de semana. Ou seja, no oeste do país, como na Califórnia, terá mais chuva nesta nova semana, associadas a mais um episódio dos rios voadores, com a chega de frente fria, com seus ciclone extratropical na região. Estima-se que chova entre 100 e 400mm entre a Califórnia e o oeste de Oregon e Washington.
Acumulados de chuva previstos entre 14 e 19 de janeiro nos Estados Unidos. Fonte:NOAA.
Risco de tempo severo no oeste dos Estados Unidos. Fonte:NOAA.
Desde o final de dezembro de 2022 até este primeiros 13 dias de janeiro de 2023 choveu mais de 300mm do norte ao sudoeste da Califórnia, com relatos de grandes inundações, como dos últimos dias, tudo por conta dessa umidade constante que vem do Oceano Pacífico, e que no início de janeiro também teve a contribuição de um ciclone extratropical (que é bomba) e estava associada a uma frente fria.
Acumulados de chuva entre 14 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro de 2023 nos Estados Unidos. Fonte: NOAA.
Acumulado de chuva em polegadas na Califórnia entre 26 de dezembro de 2022 e 10 de janeiro de 2023. Fonte: NWS(Serviço Nacional de Meteorologia)
A chuva mais intensa causada pelos rios voadores foi neste início de semana, como em Santa Bárbara que teve o dia mais chuvoso em um mês de janeiro da sua história, com 107,2mm em 09/01/2023, e o quarto dia mais chuvoso desde 1941.
Essa chuva em excesso na Califórnia ajudou a aumentar os níveis dos reservatórios e também causou acúmulos de neve recordes para janeiro na Sierra, que fica sobre o estado. Essa neve acumulada é 226% da sua média, sendo mais do que o dobro do que é normalmente esperado para esta época do ano, atingindo níveis recordes para este mês, com dados desde 1981.
Neve acumulada em porcentagem com relação à média na Califórnia. Fonte:NWS(Serviço Nacional de Meteorologia)
Acumulados de neve(em polegadas) entre 10 e 13 de janeiro de 2023 nos Estados Unidos. Fonte: NOAA
Pelos dados da NOAA foram registrados mais de 70 cm de neve entre os dias 10 e 13 de janeiro de 2023 nas áreas de serra dos Estados Unidos. E a tendência que nos próximos 3 dias tenha mais neve na serra da Califórnia, com mais de 30 cm previstos nesses dias.
Risco de acumulo de neve de mais de 30 cmm entre 16 e 17 de janeiro de 2023, precisamente na serra da Califórnia. Fonte: NOAA.
De dezembro a fevereiro são normalmente os meses mais chuvosos na Califórnia, mas não foi o caso nos últimos invernos do Hemisfério Norte. Janeiro de 2022 empatou com 1976 como o janeiro mais seco desde 1895, com apenas 11,4mm registrados, na média. Isso ocorreu após um ano bem seco no estado, de julho de 2020 a junho de 2021.
Porém, vale ressaltar, que com a ajuda desses rios voadores, está aliviando o período da seca prolongada na região, e que em anos de La Niña os rios voadores atuam mais no oeste do Canadá e na faixa noroeste dos Estados Unidos, por conta da circulação dos ventos e da posição dos jatos mais ao norte da América do Norte. Já em Anos de El Niño os rios voadores se intensificam mais e são mais frequentes em toda a faixa oeste dos Estados Unidos, não conseguindo alcançar tanto o oeste do Canadá, devido da circulação e da posição dos jatos que ficam mais ao sul dos Estados Unidos.
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