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Reservatórios: setor de abastecimento e de energia no BR

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O verão é a estação mais chuvosa no Brasil e um dos principais sistemas produtores de chuva do país nessa época do ano é a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Este sistema vem dando contribuições elevadas no volume de chuva do Centro-Oeste e Sudeste do país, e desde que começou o verão, em 21/12/2022, já foram 3 episódios registrados. Tivemos outras contribuições, é claro, de passagens de frentes frias, por exemplo. Mas o ponto aqui é trazer à luz o quanto esses grandes acumulados de chuva vem contribuindo para o abastecimento dos reservatórios, tanto para fins de suprimento da população quanto para fins de geração de energia no Brasil.

 

 

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SETOR DE ABASTECIMENTO

 

Ao avaliarmos os principais reservatórios do Brasil, no site da Agência Nacional de Água (ANA), os quais compreendem e o Sistema Cantareira, incubido pela Região Metropolitana de São Paulo, o Sistema Paraopeba, responsável pela Grande Belo Horizonte e os Reservatórios do Distrito Federal, que abastecem o Distrito Federal,  observamos que os volumes atuais, referentes a 16/01/2023, estão dentro de um nível de conforto para fins de abastecimento da população. A seguir vamos detalhar cada um deles.

 

Sistema Cantareira:

 

Cinco represas integram o Sistema Cantareira, são elas: Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro, Jaguari e Jacareí, sendo essas duas últimas, as maiores com um volume muito superior as outras três e está com um volume útil de 52,35%.

Em relação ao Sistema todo, não podemos falar de uma situação de pleno conforto, uma vez que o mesmo ainda se encontra abaixo dos 50%, mas precisamente com 48,2% da sua capacidade, contudo com a expectativa de chuva dentro ou acima da média até pelo menos o mês de março de 2023, a expectativa é que possa ultrapassar os 60%, levando em consideração até o final da reposição de água em meados do mês de abril de 2023.

 

Reservatórios do Distrito Federal:

 

É composto por 3 represas: a represa do descoberto e de Santa Maria, as quais estão com capacidade acima dos 78%, além do Lago de Paranoá, o qual está sem a informação do volume e da porcentagem da sua capacidade, no site da ANA.

 

Sistema  Paraopeba:

 

É constituído por 3 represas: Rio Manso, o qual é o de maior volume, estando com 99,99% da capacidade, assim como a represa de Serra Azul. Já a de Vargem das Flores está com 89,18%, mas esta compreende uma menor parte do Sistema. Vale ressaltar que o Paraopeba está em uma capacidade bem melhor do que nos últimos 3 anos, principalmente comparado a 2020, quando o nível do sistema estava abaixo dos 65%.

 

 

AVALIAÇÃO GERAL

 

Considerando os 3 Sistemas avaliados acima, para o Paraopeba e o Cantareira a situação é considerada boa. No caso do Cantareira, apesar de imediato não haver o perigo de falta de água, deve-se ter mais atenção a médio  longo prazo, por conta da estiagem, que começa em abril, com isso se faz necessário o acompanhamento do retorno da chuva ao longo da primavera e início do verão 2023/2024.

 

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SETOR ENERGÉTICO

 

A situação hídrica do Brasil está em um nível considerado muito bom. Isso porque, antes mesmo do verão começar, ainda na primavera de 2022, tivemos a formação de ZCAS provocando muita chuva nas principais áreas de localização dos reservatórios do Brasil, entre o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas. Este início precoce da estação chuvosa ajudou a iniciar a recuperação dos reservatórios mais cedo esse ano.

 

Pensando no cenário atual, para o maior sistema de abastecimento do Brasil, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, agora em janeiro já está sendo contabilizado cerca de 61% de armazenamento do volume total. Fazendo um comparativo com o ano passado, em janeiro de 2022 o volume registrado era de apenas 41%, chegando a sua porcentagem máxima de 66% em abril. Agora em 2023, verificamos que estamos muito a frente do ano passado, numa situação que é a melhor dos últimos 10 anos, considerando um mês de janeiro. E estamos apenas começando o verão, ainda tem bastante água para cair nas áreas do subsistema citado acima, nos próximos dias e até mesmo ao longo do verão, que se estende até março de 2023.

 

Com isso, a tendência é que o subsistema Sudeste/Centro-Oeste possa ultrapassar o máximo que foi registrado o ano passado, ressaltando-se que os 66% de 2022 foi o maior nível registrado desde o ano de 2012, quando foi registrado 80%.

Agora fazendo uma rápida analogia com o Sul do país, que é o segundo maior subsistema do Brasil. O ano de 2022 foi bastante seco, e mesmo assim a situação hídrica média do Brasil foi bastante favorável. Agora em 2023, já observamos chuvas volumosas e reservatórios cheios também na região Sul, o que contribui ainda mais para a segurança do sistema.

 

Partindo das informações acima e analisando o cenário geral do Brasil, podemos perceber que estamos numa situação que é favorável para manter o preço baixo na conta de energia elétrica, pelo fato desta energia estar sendo gerada majoritariamente por hidroelétricas. E mesmo quando chegar o período seco, pelo fato dos reservatórios estarem cheios, o consumidor deve continuar usufruindo de preços baixos na sua conta de luz.

 

TENDÊNCIA

 

Nível de reservatórios, com expectativa das chuvas para os próximos meses, observamos a partir dos modelos meteorológicos, que ainda tem muita chuva ocorrendo na cabeceira do Rio Paraná (MG/SP/MS/PR), Rio Grande (MG/SP), Rio Paranaíba (MG), e a previsão ainda é de muita água para fevereiro nessas áreas, com previsão de chuva no Triângulo Mineiro, sul de Goiás, norte de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais, podendo ter mais interrupções do que em janeiro, mas ainda assim é uma situação confortável, o nível deve continuar subindo em fevereiro e março, com previsão de volumes de chuva significativos, especialmente em Minas Gerais e em Goiás, podendo favorecer ainda mais os níveis dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

 

 

Materia realizada com contribuições dos meteorologistas Ana Clara Marques e Vinícius Lucyrio.

 

 

 

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