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O Brasil, apesar de sua predominância enérgica em hidrelétricas e termelétricas, apresenta uma grande diversidade na sua matriz energética em relação a outros países, dentre uma destas opções, temos a energia nuclear - ou energia atômica - consiste em um tipo de energia produzida através de reações químicas ocorridas no núcleo de átomos de altos números atômicos, alterando sua estrutura.
Um dos principais componentes, é o Urânio, que se encontra em abundância na natureza, e por meio do mesmo ocorrem fissões nucleares, quando núcleos instáveis se desintegram e dão origem a novos - sendo a mais comum em geração de eletricidade -, e fusões nucleares, caracterizadas pela junção de um ou mais núcleos atômicos.
Acerca da energia nuclear para a geração de eletricidade, a ausência de emissão de gases poluentes, as baixas taxas de rejeitos, custo de operação e área extensão territorial para instalação, e a alta produtividade, quando ativa, são as principais vantagens da matriz energética. Contudo, os altos custos de instalação e riscos de sérios acidentes nucleares, no caso do descarte inadequado do lixo atômico, tornam-se contrapontos para o seu uso.
No Brasil, o interesse pela tecnologia partiu na década de 50, com a criação de um programa nuclear brasileiro, entretanto, apenas duas décadas depois o projeto começaria a se tornar realidade, com a implementação das usinas Angra 1 e Angra 2, no litoral do Rio De Janeiro, e do enriquecimento no ciclo do processamento do combustível com a sexta maior reserva de urânio do mundo, tornando-se um dos maiores consumidores de energia nuclear no exterior, embora corresponda a apenas 3% de toda matriz elétrica interna.
Usinas de Angra II (à esquerda) e Angra I (à direita) - Eletronuclear
Em 2021, foi proposto pelo Ministério de Minas e Energia, a PNE 2050, um projeto de retomada e ampliação da sua produtividade, com a finalização de Angra III, maior diversificação da matriz energética, retorno às atividades de exploração de urânio e criação de uma nova usina nuclear como planejamentos prioritários para a ascensão do setor termonuclear.
Atualmente, o Brasil possui duas usinas, em Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, com essa eletricidade sendo centrada no Sudeste, e especialmente no estado fluminense, correspondendo a 40%. Sua matéria-prima é a base do Urânio-238, diferente de outros países que utilizam o Urânio-235, a explicação para tal situação se dá pelo mineral extraído nacionalmente, o qual é um sal amarelo, chamado de “yellow cake” e com mais de 95% de sua composição, U-238.
Urânio-238 (“yellow cake”) - INB
Por: Pedro Paganoto e Membros do CA - UFRJ