Oferecido por
O setor de distribuição de energia possui impacto direto dos eventos meteorológicos extremos, tal como ventos fortes, descargas atmosféricas e chuva extrema. Em questão de minutos, estes eventos podem danificar a infraestrutura elétrica, deixando milhares de consumidores sem energia. Além da falta de energia, em certos casos esses danos também podem colocar vidas em risco, especialmente aqueles em que há danos estruturais na rede.
Durante a ocorrência dos eventos extremos, as empresas trabalham com rapidez e eficiência para minimizar a duração do período sem energia, de forma que a interrupção no fornecimento para a população seja mínima. No entanto, este pode ser um processo difícil, pois alguns eventos podem causar danos onde a rede prejudicada precisa ser totalmente substituída, o que também exige uma equipe preparada para tal situação.
Para reduzir a duração das interrupções de energia causadas por tempestades intensas, as empresas devem adotar uma abordagem proativa. Isso inclui garantir que a rede esteja em boas condições e sejam inspecionadas regularmente, bem como implementar estratégias para aumentar a agilidade e eficiência na restauração do fornecimento de energia. Em vista disso, a CPFL Energia em parceria com o Labs Climatempo, está realizando um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento no âmbito ANEEL com o objetivo de traduzir a informação da previsão do tempo em impacto operacional na rede de distribuição, ou seja, remover a subjetividade na interpretação dos dados meteorológicos e saber exatamente o impacto que determinada condição do tempo poderá causar na rede. Logo, recentemente a coordenadora de projetos da Climatempo Priscila Luz, publicou um trabalho no 103º Encontro Anual da American Meteorological Society, onde foram mostrados alguns resultados do projeto que está sendo desenvolvido.
Resumidamente, o projeto como um todo utiliza diversos dados meteorológicos combinados com os dados de desligamento por causas ambientais do grupo da CPFL Energia, de forma que estes dados são utilizados para treinar uma inteligência artificial que posteriormente resultará na previsão do impacto operacional, traduzindo previsão do tempo em previsão de ocorrências de desligamento de energia.
O trabalho publicado neste evento mostrou parte do projeto que é utilizado como dado de entrada na rede neural, e engloba a confecção do mapa de risco a desligamentos de energia para as áreas de concessão da empresa. A técnica aplicada foi o método subjetivo denominado Analytic Hierarchy Process, que consiste resumidamente em pesos e hierarquia ponderada de camadas, juntamente com os especialistas da empresa, para identificação das regiões que possuem maiores riscos aos desligamentos nos estados estudados.
A figura 1 mostra o exemplo das descargas atmosféricas, que é uma das camadas de dados meteorológicos que foram utilizadas na construção do mapa de risco.
Figura 1 - Densidade de raios nas áreas de concessão da CPFL Energia
Figura 1 - Densidade de raios nas áreas de concessão da CPFL Energia
Após a construção do mapa, os riscos são traduzidos em uma escala de 1 a 5, de maneira que 1 seja o menor risco e 5 o maior risco.
A figura 2 mostra o mapa de risco final para o estado do Rio Grande do Sul, onde se observa que a técnica de construção do mapa de risco conseguiu se aproximar das regiões de maior impacto de desligamentos registrados na área de concessão.
Figura 2 - Mapa de risco à interrupção de energia (esquerda) e interrupções registradas (direita) na área de concessão da CPFL no estado do Rio Grande do Sul.
Com as informações geradas, a empresa consegue planejar melhor as equipes que estarão a disposição durante as ocorrências e trabalhar melhor para reduzir a duração das interrupções de energia causados pelos eventos meteorológicos (chuva, ventos e raios), garantindo assim que os consumidores tenham a energia restaurada o mais rápido possível.
Portanto, o ecossistema de dados e tecnologias da Climatempo para quantificação de riscos climáticos, quando correlacionado com as falhas da rede, proporciona um produto extremamente eficiente para verificar a vulnerabilidade da rede diante destes riscos mapeados. A Climatempo é a maior empresa de meteorologia da América do Sul e possui grande experiência no tratamento e análise de dados meteorológicos, bem como na utilização destes dados para criação de modelos matemáticos que traduzem a informação em impacto operacional. Além disso, realizamos estudos de caracterização climática, mapeamento de riscos ao seu negócio, avaliação de projeções futuras e outros serviços personalizados para a sua empresa.
Caso queira saber mais, entre em contato conosco pelo e-mail: [email protected].
Autor: Luciano Ritter