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O mês de junho de 2023 foi predominante seco na maior parte do Brasil. A chuva ficou concentrada no litoral do Nordeste e no norte da Região Norte. Mas um evento de muita instabilidade em meados do mês causou grandes volumes de chuva em São Paulo, em Mato Grosso do Sul e no Sul do Brasil.
Ciclone extratropical
O ciclone extratropical que se formou entre o litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina causou acumulados de chuva extremos no nordeste gaúcho, que superaram os 200 mm em 24 noras, de forma generalizada. O volume de chuva excepcional resultou em enchentes de grande porte e perdas de vida.
Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, os maiores volumes foram registrados (conforme dados do CEMADEN) foram:
Maquiné: 323,2 mm, Bom Princípio: 302,6 mm, Alto Feliz: 281,8 mm, São Leopoldo: 281,48 mm, Gravataí: 254,4 mm, São Sebastião Do Caí: 251,6 mm, Nova Petrópolis: 242,4 mm, Sapucaia Do Sul: 236,94 mm, Viamão: 227,4 mm, Parobé: 226,57 mm, Canoas: 220,6 mm, Campo Bom: 212,38 mm, Itati: 209,35 mm e Nova Santa Rita: 205,28 mm.
Além das chuvas volumosas em um curto espaço de tempo, o ciclone extratropical causou rajadas de vento intensas para as regiões Nordeste e Leste. As maiores velocidades registradas pelo INMET foram nas cidades de Tramandaí: 101,9 km/h; Mostardas: 87,5 km/h; Porto Alegre: 76,7 km/h; São José dos Ausentes: 75,9 km/h
Chuva de junho de 2023 nas capitais brasileiras
Doze capitais brasileiras registraram acumulados de chuva acima da média Climatológica em junho de 2023: Aracaju, Belém, Boa Vista, Campo Grande, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco, São Luís, Recife
A capital com maior acumulado de chuva foi João Pessoa, capital da Paraíba, que teve o junho mais chuvoso em 4 anos. Com 588,0mm acumulados, conforme medição do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), este foi o junho com o maior volume de água desde 2019, quando registrou 659,6 mm, em medição do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Vale destacar também o acumulado de chuva em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia, Porto Alegre recebeu 141,7 mm entre 9 horas do dia 15 e 9 horas do dia 16 de junho de 2023. Esta foi a maior chuva em 24 horas para junho em Porto Alegre em 107 anos, desde 1916. O total acumulado em junho foi de 254,3 mm, quase o dobro da média.
Chuva nas capitais brasileiras em junho de 2023 (Fonte: INMET e CEMADEN)
Volumes de chuva e média das capitais brasileiras em junho de 2023
Temperaturas
Junho de 2023 foi principalmente marcado por temperaturas acima do normal, com dias quentes demais no Sul e no Sudeste. Mas a forte massa de ar frio de origem polar que passou pelo país em meados de junho resultou em temperaturas excepcionalmente baixas em áreas de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.
Em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou uma temperatura máxima de apenas 8,9 °C, sendo a menor temperatura máxima da série histórica da estação automática de
Campo Grande, iniciada em setembro de 2001.
A temperatura mínima de 5,6 °C, medida no dia 16, foi o recorde atual de frio para 2023 em Campo Grande e a menor mínima registrada para um mês junho na estação automática desde 2011.
Em Cuiabá, o dia 14 de junho de 2023 terá lugar especial na histórica climática da capital de Mato Grosso. Fez frio demais! Pela medição do INMET, a temperatura mínima foi de 9,8°C, menor do ano até agora, e a máxima de apenas 14,8°C. O frio do dia 15 de junho de 2023 foi muito intenso também, com mínima de 10,8°C e máxima de 15,0°C.
Em Florianópolis, o Epagri-Ciram registrou recorde de calor! No dia 25 de junho, na estação de Carijós, que possui uma série de dados de 9 anos consecutivos, a temperatura máxima foi de 32,1°C, a maior em junho desde 2020, quando fez 30,5°C.