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No mês de seu aniversário, a cidade de São Paulo registrou um recorde histórico! No dia 17 de janeiro de 2024, a temperatura mínima foi de 25,9°C, a maior temperatura mínima já registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia na capital paulista, pelo menos desde 1961. O recorde foi não apenas para janeiro, mas para todos os meses.
Avenida Paulista em São Paulo (SP) (Foto: Getty Images)
Dia úmido e friozinho
Depois de dias tórridos, São Paulo passa seu aniversário de 470 anos fresquinha, com temperatura amena.
Neste 25 de janeiro de 2024, São Paulo tem tempo úmido e friozinho. A Climatempo prevê temperatura entre 17°C e 23°C. Ventos marítimos ainda estão persistentes e trazem muita umidade do ar, que favorece a formação de muita nebulosidade ao longo do dia e também chuva.
A chuva pode ocorrer a qualquer hora. Não há expectativa de temporais, mas alguns locais da cidade podem ter chuva moderada a forte, em alguns momentos do dia.
Clima de São Paulo
Apesar de estar cada vez mais quente, ainda é comum lembrarem de São Paulo como “terra da garoa”. De fato, São Paulo era garoenta, mas esse Clima era o da primeira metade do século 20. Já faz bastante tempo que São Paulo virou a “terra dos temporais”.
São Paulo pode oferecer todos os climas em um só dia, e quando isto acontece, aumenta a sua fama de ter "tempo maluco". Mas não são essas variações repentinas da temperatura ou do vento que mostram como o clima na cidade de São Paulo mudou em muitas décadas.
A transformação climática pode ser percebida observando as médias climatológicas calculadas para diferentes períodos de 30 anos: São Paulo ficou mais quente, mais seca, com madrugadas menos frias. A chuva aumentou em alguns meses e a garoa sumiu.
Variação climatológica de temperatura mínima em São Paulo,1931-2020 (Fonte:Inmet)
Variação climatológica de temperatura máxima em São Paulo 1931-2020 (Fonte: Inmet)
Variação climatológica de precipitação em São Paulo 1931-2020 (Fonte:Inmet)
Variação climatológica de umidade relativa do ar em São Paulo 1961-2020 (Fonte:Inmet)
Clima no futuro
Que o clima em São Paulo mudou, ninguém tem mais dúvida. Quais as evidências dessas mudanças climáticas? Qual a tendência do clima em São Paulo no futuro?
As alterações no clima paulistano foram ocorrendo com a urbanização e a perda da área de vegetação feitas pela ação do homem. São Paulo se transformou numa ilha de calor. Mas o que esperar do clima de São Paulo nas próximas décadas com o aquecimento global?
Se você acha que São Paulo está mais quente do que em décadas passadas, saiba que isso é um fato comprovado por estudos científicos.
O professor e pesquisador Tércio Ambrizzi, do Departamento de Meteorologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo faz comentários muito interessantes e preocupantes.
"Um estudo feito pela pesquisadora Maria Assunção da Silva Dias e colaboradores mostrou que, ao longo das últimas décadas, a cidade de São Paulo tem tido mais eventos de precipitações extremas. Este aumento coincide com o grande crescimento da cidade a partir dos anos 1980. Estas chuvas extremas começaram a aparecer também no inverno, o que não ocorria antes".
No gráfico, os trechos em verde indicam a chuva intensa nos meses de inverno junho, julho e agosto.
Aumento dos temporais de inverno em São Paulo
São Paulo cada vez mais quente
A mudança do padrão de precipitação em São Paulo, com mais temporais inclusive no inverno, é uma das evidências das mudanças climáticas que a capital paulista já sofreu. O aumento da temperatura é um dos principais vilões da história.
O professor Ambrizzi revela que "em 100 anos, a temperatura na cidade de São Paulo teve um aumento médio de 3°C! Este aumento está principalmente vinculado com a urbanização (ilha de calor), mas indiretamente também ao aumento da temperatura global"
O futuro do clima em São Paulo
Para entender as mudanças do clima da cidade de São Paulo e explicar o futuro do clima paulistano, o podcast O Clima entre Nós conversou com o professor Edmilson Freitas, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. Suas pesquisas estão relacionadas aos efeitos causados pelas áreas urbanas, incluindo impactos nos padrões atmosféricos de mesoescala, e diversos aspectos ligados à poluição atmosférica.
A vegetação é um dos principais reguladores da temperatura do ar. o recado do professor Edmilson Freitas para deixar o clima em São Paulo mais saudável é muito claro: #maisverde, #maisarvores.