1. Clima e Previsão do Tempo
  2. / Notícias
  3. / Mudanças climáticas agravam atraso no saneamento no Brasil
Ícone de alerta
Alerta anterior Próximo alerta Fechar alerta

Mudanças climáticas agravam atraso no saneamento no Brasil

Compartilhar Compartilhe no Whatsapp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter

4 min de leitura

Oferecido por

Por Guilherme Borges - Meteorologista Climatempo

 

O Brasil enfrenta um desafio duplo: o atraso no saneamento básico e os impactos cada vez mais severos das mudanças climáticas. Enquanto o país luta para melhorar suas condições de saneamento, as mudanças climáticas exacerbam as deficiências existentes e apresentam novos desafios para as infraestruturas urbanas.


Desafios do saneamento no brasil: Um olhar sobre o censo 2022


Os dados recém-divulgados do Censo 2022 sobre saneamento básico mostram um quadro preocupante. Embora haja um avanço ao longo da última década, trata-se de uma melhora lenta e desigual. No ano retrasado, apenas 75,7% dos brasileiros viviam em domicílios com acesso a coleta de esgoto tida como adequada, enquanto em 2010 esse número era de apenas 64,5%. Isso significa que cerca de 49 milhões de pessoas, mais que a população da Argentina, ainda recorrem a fossas rudimentares, valas e águas de rios, lagos e mar. Além disso, dados mais completos revelam um cenário ainda mais preocupante. Apenas 52,2% do esgoto do país é tratado, atendendo a não mais que 56% da população. Essas condições colocam o Brasil em uma posição desfavorável no cenário internacional, ocupando o 76º lugar entre 129 países em um comparativo feito por agências da ONU.

Fonte:GettyImages

Fonte:GettyImages

 

Impacto das mudanças climáticas na Infraestrutura de saneamento


O aumento na intensidade e frequência de eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e chuvas torrenciais, tem impactado significativamente a infraestrutura de saneamento urbano. A sobrecarga nos sistemas de abastecimento de água, de coleta e tratamento de esgoto, e de drenagem urbana são apenas algumas das consequências desse fenômeno.


Nas secas prolongadas, observa-se uma diminuição na quantidade e qualidade da água, o que sobrecarrega os sistemas de captação e tratamento e aumenta os riscos para a população. Além disso, as secas afetam as matas ciliares, reduzindo a recarga das águas subterrâneas, e aumentam a incidência de doenças transmitidas pela água. Por outro lado, durante as enchentes, há uma maior probabilidade de contaminação da água da rede pluvial pelo sistema de esgoto, o que pode gerar riscos à saúde pública.


Construindo resiliência no setor de saneamento


Diante desse cenário desafiador, é fundamental adotar uma abordagem proativa para proteger a infraestrutura de saneamento das mudanças climáticas. Isso inclui investimentos em previsão meteorológica precisa e sistemas de alerta rápido, bem como ações de longo prazo, como a proteção e integração de fontes de água, o reúso e dessalinização, e a redução da impermeabilidade urbana.

 

A falta de ação diante dos desafios do saneamento e das mudanças climáticas pode resultar em consequências devastadoras para as comunidades e o meio ambiente. Portanto, é imperativo que o setor público e privado atuem em conjunto para desenvolver e implementar estratégias de adaptação ao Clima para o setor de saneamento. Somente através de uma abordagem colaborativa e proativa será possível garantir a resiliência das infraestruturas de saneamento e proteger a saúde pública e o meio ambiente para as gerações futuras.

Notícias Recomendadas

X

+ mais notícias