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Pelo menos 231,83 mil hectares de plantações de cana-de-açúcar foram impactados pelos recentes incêndios no interior de São Paulo. O levantamento parcial, feito pela UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) em parceria com as usinas do estado, abrange os incêndios ocorridos em agosto. As empresas que já reportaram seus números representam mais de 75% da produção de cana-de-açúcar no estado de São Paulo.
Foto: Getty Images
De acordo com o levantamento, 132,04 mil hectares são de áreas que ainda seriam colhidas. O restante, ou seja, 99,79 mil hectares, é referente a locais em que a cana-de-açúcar já havia sido colhida ou a lavouras de cana-planta (plantadas nesse ano para colheita no próximo ciclo agrícola).
Nova frente fria se aproxima de São Paulo
O tempo seco e extremamente quente continua predominando sobre a maior parte das áreas produtoras de cana de açúcar de São Paulo, condição que acentua ainda mais o risco para incêndios que comprometem as operações de corte e moagem.
Uma mudança no tempo está sendo prevista pelos meteorologistas da Climatempo neste próximo fim de semana. Uma frente fria deve avançar e espalhar instabilidade sobre parte de São Paulo. As chuvas chegam mais esparsas e com baixos volumes, mas ainda assim irão trazer um alívio para o tempo muito seco e quente.
Vai faltar açúcar?
No evento AgroSumit, realizado na manhã desta quarta-feira (11/09), em São Paulo, Alexandre Mendonça de Barros, comentou que é possível que parte do açúcar seja comprometida por causa dos incêndios e que as áreas de plantio para a próxima safra precisarão ser reformadas.
"As usinas vão apresentar uma porcentagem de quebra da cana/açúcar comprometida pelo fogo, mas não acredito que há risco para a falta do produto no mercado", acrescenta Guilherme Piai, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo.
Ainda de acordo com o secretário, o balanço do incêndio no estado de São Paulo é que o fogo atingiu 8.100 propriedades rurais em 318 municípios, sendo que 48 decretaram emergência. Foram ao todo 500 mil hectares impactados. Destes, 240 mil hectares eram de cana. O prejuízo é de 2 bilhões de reais.
As regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Carlos foram as mais atingidas pelos incêndios, respondendo por cerca de 90% da área queimada apurada até o momento. Nas regiões de Piracicaba, Araçatuba e Assis o impacto dos incêndios foi menor, de acordo com a UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia.
“Nesse momento, os esforços do setor sucroenergético seguem dedicados à prevenção e combate dos focos de incêndio, com segurança aos colaboradores e colaboração com o Governo do Estado”, destaca o diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues.
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