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Queimadas no Brasil e o ciclo de retroalimentação

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As queimadas no Brasil são um fenômeno recorrente e preocupante, com impactos devastadores para o meio ambiente e a biodiversidade, especialmente em regiões como a Amazônia e o Pantanal. Esses incêndios florestais podem ocorrer tanto por causas naturais, como descargas elétricas, quanto por ações humanas. 


Impactos climáticos e fatores de risco

 

Entre os principais fatores que intensificam o risco de queimadas estão as condições climáticas adversas. A presença de fenômenos climáticos, como o El Niño, pode alterar significativamente os padrões de chuva, aumentando a temperatura e diminuindo a umidade em vastas áreas do Brasil. Essas mudanças criam um ambiente propício para a propagação de incêndios. A seca prolongada, em particular, deixa a vegetação extremamente vulnerável, facilitando o surgimento de focos de fogo. Mas não só isso, ao longo dos últimos anos extremos climáticos estão cada vez mais frequentes, favorecendo para ocorrência de ondas de calor (períodos de temperatura acima da média). Em 2023 tivemos nove períodos de temperatura acima da média, em 2024 foram sete ondas de calor e dois veranicos fatores que contribuíram para aumento significativo do número de queimadas. 


Retroalimentação: Como as nuvens de fumaça agravam o problema

 

Além das causas iniciais das queimadas, há um fenômeno de retroalimentação que agrava ainda mais a situação. As grandes plumas de fumaça geradas pelos incêndios podem formar nuvens especiais, conhecidas como pyrocumulonimbus (ou pyroCb), que resultam da intensa convecção gerada pelas queimadas. Essas nuvens têm a capacidade de provocar tempestades com raios, que, ao atingirem áreas secas, podem iniciar novos focos de incêndio, perpetuando o ciclo de queimadas.

 

Figura 1

Figura 1 -Figura 1- Pyrocumulonimbus: Uma manifestação extrema de uma nuvem pirocúmulo (pyroCu), gerada pelo calor de um incêndio florestal, que frequentemente se eleva até a troposfera superior ou a estratosfera inferior. Fonte: Government of Australia, Bureau of Meteorology

 

Riscos à saúde

 

Além da destruição das florestas, as queimadas estão liberando PM2.5, partículas finas que podem causar graves problemas respiratórios. Estudos mostram que essas partículas originadas de incêndios florestais podem ser até 10 vezes mais tóxicas do que outras fontes, aumentando os casos de hospitalizações.


Consequências ambientais e a importância da prevenção

 

Os impactos das queimadas vão além da destruição imediata da flora e fauna. A fumaça liberada contribui para o aumento da poluição atmosférica, afetando a qualidade do ar e a saúde pública. Além disso, a perda de biodiversidade e a degradação do solo comprometem a recuperação dos ecossistemas afetados.

 

O ano de 2024 se destaca como um dos mais críticos para as queimadas no Brasil, com aumento expressivo em quase todas as regiões. A combinação de altas temperaturas, seca prolongada e outros fatores climáticos e socioeconômicos está agravando o problema. A prevenção é fundamental para minimizar os danos causados pelas queimadas. Medidas como o monitoramento contínuo de áreas de risco, o cumprimento rigoroso das leis ambientais e o incentivo a práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para proteger o meio ambiente e evitar catástrofes futuras.

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